Saturday, June 09, 2018

DIRETO DO ARQUIVO - Flagelo do século


Flagelo do século


Pedro J. Bondaczuk


A produção, tráfico e consumo de drogas é considerado, ao lado do terrorismo e da miséria, um dos maiores flagelos mundiais nesta virada de terceiro milênio. O número de usuários continua crescendo no mundo, por razões diversas, afetando em especial a juventude.

Os grandes cartéis de narcotraficantes movimentam imensas somas em dinheiro, estimadas ao redor de US$ 500 bilhões anuais, nesse comércio da morte. Esse fenômeno incrementa a violência urbana a patamares intoleráveis e traz enormes dispêndios aos sistemas de saúde. Isto sem falar na tragédia pessoal que o vício representa.

Entre as drogas mais letais e de maior consumo, destaca-se o crack. O primeiro estudo feito no País sobre o uso dessa substância, a cargo da Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas da Universidade Federal de São Paulo, revelou que a mortalidade entre seus usuários é quase 13 vezes maior, pelo menos em São Paulo, em comparação com a de dependentes em geral no mundo.

Dos 103 viciados internados em 1993 no Hospital Geral de Taipas, tomados por base no estudo, 12,3% morreram. Só 30% conseguiram recuperar-se. A pesquisa mostrou que o uso de crack está intimamente relacionado com a violência. Dos 13 mortos, sete tiveram morte violenta.

O combate desse flagelo, portanto, não pode ficar restrito às autoridades de segurança (na repressão ao tráfico), de saúde (na recuperação dos viciados) e da área social (na sua reintegração). É tarefa de todas as pessoas de bom senso, que amam a vida e que creem na sua transcendência.

(Editorial número dois, publicado na página 2, Opinião, do Correio Popular, em 25 de julho de 1996).


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