Na reta final
Pedro
J. Bondaczuk
A campanha
política, com vistas às eleições municipais deste ano, entra na
reta final, sem que as pesquisas apontem um candidato com favoritismo
destacado, que tenha chances de liquidar as coisas já no Primeiro
Turno. As propostas apresentadas até aqui pelos postulantes à
sucessão de Izalene Tiene no Palácio dos Jequitibás soam um tanto
vagas e confusas aos eleitores e são muito parecidas. Sobra, na
propaganda política por rádio e televisão, retórica, em
detrimento da objetividade. Este, aliás, é o maior vício dos
políticos, aqui e em qualquer outra parte do mundo.
As
plataformas de alguns candidatos a vereadores descambam para o
ridículo, mostrando que seus autores ou não conhecem as funções
do cargo que disputam ou pensam que o eleitorado é que se mostra
ignorante nessa questão. Muitos deles, por exemplo, garantem que vão
atuar na área de segurança pública, quando até o mais leigo dos
leigos sabe que essa é uma prerrogativa do governo do Estado.
A maioria
apela para bordões absolutamente vagos, tipo “honestidade e
trabalho”, que a rigor é obrigação de todo o cidadão,
concorrente ou não a qualquer vaga na vida pública. A propaganda
política por rádio e televisão há muito requer uma reforma, que a
torne mais objetiva, dinâmica e menos monótona, diria maçante. Do
jeito que está esquematizada, resquícios da malfadada “Lei
Falcão”, dos tempos da ditadura militar, é um convite para o
ouvinte e/ou telespectador desligar seu receptor e buscar outra coisa
para fazer.
Ainda bem
que essa tortura está prestes a acabar. São mais duas semanas de
exposição que os marqueteiros das campanhas poderiam se esforçar
por tornar menos ridículas e torturantes. Compete ao eleitor,
contudo, analisar com muito cuidado tudo o que vê, ouve ou lê a
respeito da vida e, principalmente, das propostas dos candidatos,
para não se equivocar na hora do voto. É o destino de Campinas, nos
próximos quatro anos, que vai estar em jogo.
Qualquer
erro de escolha vai implicar em sérias consequências para a
comunidade. A opção por um candidato tem que ser feita com o máximo
de objetividade, sem se fiar em promessas mirabolantes e, por
conseguinte, irrealizáveis, ou questões até mais subjetivas, como
simpatia ou antipatia pessoal. Tudo indica que na eleição para
prefeito teremos Segundo Turno, já que as pesquisas de intenções
de voto não desenham nenhuma folgada maioria para nenhum dos
postulantes que lhe permita prever uma vitória de antemão.
Quais serão
os dois concorrentes que vão chegar à reta final? Embora seja
possível prever, com razoável margem de acerto, as urnas costumam
pregar peças aos que abrem suas guardas e se consideram vencedores
de véspera. Recomendamos-lhes, queridos leitores do Jornal
Interbairros, que fiquem atentos às propostas dos candidatos, para
não fazer a escolha errada.
E boa
leitura de mais esta edição, que lhe preparamos com o máximo
carinho e atenção!
(Editorial
publicado na página 2, Opinião, do jornal Interbairros, em 7 de
setembro de 2004)
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