Tuesday, March 27, 2018

DIRETO DO ARQUIVO - Na reta final


Na reta final



Pedro J. Bondaczuk


A campanha política, com vistas às eleições municipais deste ano, entra na reta final, sem que as pesquisas apontem um candidato com favoritismo destacado, que tenha chances de liquidar as coisas já no Primeiro Turno. As propostas apresentadas até aqui pelos postulantes à sucessão de Izalene Tiene no Palácio dos Jequitibás soam um tanto vagas e confusas aos eleitores e são muito parecidas. Sobra, na propaganda política por rádio e televisão, retórica, em detrimento da objetividade. Este, aliás, é o maior vício dos políticos, aqui e em qualquer outra parte do mundo.

As plataformas de alguns candidatos a vereadores descambam para o ridículo, mostrando que seus autores ou não conhecem as funções do cargo que disputam ou pensam que o eleitorado é que se mostra ignorante nessa questão. Muitos deles, por exemplo, garantem que vão atuar na área de segurança pública, quando até o mais leigo dos leigos sabe que essa é uma prerrogativa do governo do Estado.

A maioria apela para bordões absolutamente vagos, tipo “honestidade e trabalho”, que a rigor é obrigação de todo o cidadão, concorrente ou não a qualquer vaga na vida pública. A propaganda política por rádio e televisão há muito requer uma reforma, que a torne mais objetiva, dinâmica e menos monótona, diria maçante. Do jeito que está esquematizada, resquícios da malfadada “Lei Falcão”, dos tempos da ditadura militar, é um convite para o ouvinte e/ou telespectador desligar seu receptor e buscar outra coisa para fazer.

Ainda bem que essa tortura está prestes a acabar. São mais duas semanas de exposição que os marqueteiros das campanhas poderiam se esforçar por tornar menos ridículas e torturantes. Compete ao eleitor, contudo, analisar com muito cuidado tudo o que vê, ouve ou lê a respeito da vida e, principalmente, das propostas dos candidatos, para não se equivocar na hora do voto. É o destino de Campinas, nos próximos quatro anos, que vai estar em jogo.

Qualquer erro de escolha vai implicar em sérias consequências para a comunidade. A opção por um candidato tem que ser feita com o máximo de objetividade, sem se fiar em promessas mirabolantes e, por conseguinte, irrealizáveis, ou questões até mais subjetivas, como simpatia ou antipatia pessoal. Tudo indica que na eleição para prefeito teremos Segundo Turno, já que as pesquisas de intenções de voto não desenham nenhuma folgada maioria para nenhum dos postulantes que lhe permita prever uma vitória de antemão.

Quais serão os dois concorrentes que vão chegar à reta final? Embora seja possível prever, com razoável margem de acerto, as urnas costumam pregar peças aos que abrem suas guardas e se consideram vencedores de véspera. Recomendamos-lhes, queridos leitores do Jornal Interbairros, que fiquem atentos às propostas dos candidatos, para não fazer a escolha errada.

E boa leitura de mais esta edição, que lhe preparamos com o máximo carinho e atenção!

(Editorial publicado na página 2, Opinião, do jornal Interbairros, em 7 de setembro de 2004)


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