Sunday, March 11, 2018

DIRETO DO ARQUIVO - Insegurança que assusta


Insegurança que assusta


Pedro J. Bondaczuk

A falta de segurança em Campinas é um tema recorrente que, vira e mexe, vem à baila, por se constituir, se não na maior, pelo menos em uma das maiores preocupações do campineiro, ao lado das questões do desemprego e do custo de vida. É verdade que as coisas já foram piores, nesse aspecto. Mas ninguém, em sã consciência, tem condições de afirmar, sem estar faltando à verdade, que se sente, de fato, seguro nas ruas desta metrópole regional, ou mesmo em suas casas.

É certo que esse é um problema não somente local, mas nacional e até mundial. Raras são as localidades em que os moradores podem dizer, com convicção, que esta não é uma preocupação permanente do seu dia a dia. Muito se tem discutido a respeito das causas desse fenômeno da violência urbana e da criminalidade, sem que se chegue a qualquer conclusão. Trata-se de uma soma de circunstâncias que envolvem disciplinas tão diversas, como sociologia, antropologia, economia e a ciência do comportamento, entre outras.

Recente levantamento, divulgado pela imprensa local, realizado pelo Instituto de Estudos Metropolitanos de São Caetano do Sul (município do ABC que ostenta a melhor qualidade de vida do País), dá conta de que Campinas é a segunda pior cidade do Estado de São Paulo para se viver, quando o assunto é a segurança. Perde, apenas, (e ao contrário do que muitos imaginam), não para a Capital, conforme se supunha, mas para Praia Grande, no litoral paulista.

No segundo semestre deste ano, inclusive, houve um discreto crescimento da criminalidade entre nós, o que impõe a necessidade de se redobrarem as medidas preventivas e a colaboração da população, com a utilização, por exemplo, do serviço “Disque-Denúncia”, que já trouxe palpáveis resultados até aqui. Sem essa importante “arma” à disposição da sociedade, certamente os níveis de violência teriam crescido ainda mais do que cresceram.

A citada pesquisa, que avaliou apenas os 55 municípios paulistas de maior relevância econômica (com o suporte de Instituto Fernand Braudel de Economia Mundial), se baseou em dados referentes a três categorias de crimes: homicídio doloso, roubo e furto de veículos (categoria em que, proporcionalmente, Campinas detém a liderança no Estado) e roubos e furtos em geral.

É positivo, no entanto, o fato do tema nunca sair de foco. Trata-se de uma forma das autoridades serem frequentemente cobradas, e da comunidade manter o estado de mobilização, para que a integridade física e patrimonial dos cidadãos não seja tão severamente ameaçada. Só com a população e o Poder Público atuando em conjunto será possível, se não acabar, pelo menos reduzir bastante esse flagelo, que assusta e ameaça a todos.

(Editorial da Folha do Taquaral de 27 de novembro de 2003).


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