Paternidade responsável
Pedro J. Bondaczuk
A
família, instituição milenar, que surgiu com o próprio homem, é
e deve ser sempre o elo de amor que prenda cada ser humano aos
semelhantes, propiciando condições mínimas de sobrevivência
civilizada e cooperativa da espécie. É nela que nos sentimos – ou
deveríamos nos sentir – amados, protegidos, valorizados e
importantes. Trata-se da primeira escola que temos e na verdade é a
que assegura a formação e a consolidação do nosso caráter. Nela
aprendemos desde o elementar para a vida (andar, falar, alimentar-se
e cuidar do nosso corpo) a noções transcendentais, como Deus,
pátria, solidariedade e dever, entre outras. Pelo menos deveria ser
assim. Mas na maioria dos casos, não é mais.
Vários
fatores externos estão fazendo das mudanças de comportamento,
normais numa sociedade em transformação, que deveriam ocorrer
naturalmente, e sem traumas, fatores de esfacelamento da família.
Por isso, o tema da paternidade responsável torna-se mais relevante
e oportuno do que nunca. A necessidade de batalhar o sustento da
prole leva parte considerável dos pais a descuidar da educação dos
filhos. Ademais, novos e crescentes perigos ameaçam constantemente
os jovens, como o consumo de drogas, os quase irresistíveis apelos
ao consumismo e uma certa frouxidão nos costumes, que os leva muitas
vezes ao caminho do vício, quando não da criminalidade.
A
autoridade paterna, que jamais deve ser confundida com
"autoritarismo", vem sendo crescentemente contestada e
colocada em xeque. A palavra dos pais já não é mais, como até
tempos relativamente recentes, "a lei" dentro do lar. Parte
da culpa, ressalte-se, cabe a eles mesmos. Em especial aos omissos,
àqueles que sob o pretexto de falta de tempo, largam os filhos em
creches, escolas de ballet, academias de ginástica, nas mãos de
babás, empregadas, professores, etc., como se a sua responsabilidade
cessasse com o mero cumprimento da obrigação básica, que eles
entendem ser a única, de prover o sustento material da casa.
Milhões
de menores, que por sua vez um dia vão procriar, são criados nas
ruas, sem orientação, sem fiscalização, sem os conselhos e
instruções da figura que lhes deveria servir de modelo de conduta
moral, e que um dia colocaram como "heróis" diante dos
olhos, como paradigmas da verdade, da justiça e do dever. Sua visão
da vida, da sociedade e das instituições será pautada, fatalmente,
por essa experiência de omissão e pouco caso, quando não de
violência. Em muitas casas, as crianças têm no pai um inimigo
mortal, um verdadeiro carrasco, pior do que as feras selvagens. São
indivíduos irresponsáveis, que não trabalham, não sustentam a
casa, agridem e exploram aos que deveriam amar e proteger e
transferem para os filhos, que tratam como mera propriedade, essa
responsabilidade de manutenção do lar.
Fazem
da agressão física (quando não do abuso sexual), prática comum e
corriqueira. Pessoas criadas nessas circunstâncias, e nesses
ambientes doentios e selvagens, acabarão, fatalmente, se
comportando como feras, utilizando, na luta pela sobrevivência, a
única ferramenta que foram condicionadas, desde pequenas, a
utilizar: a violência. Quem não teve família estável e sólida é
incapaz de valorizar a instituição. Age, tão logo se acasala e
procria, da maneira como foi "treinada".
Mas
felizmente existem pais conscientes, amorosos, sábios e com boa
formação moral e social. Há indivíduos serenos e equilibrados,
que sabem transmitir (e de fato transmitem) aos filhos princípios
fundamentais e eternos de ética, de moral e de boa conduta, sem que
estes sequer se apercebam. São os disciplinadores, sem serem
ditatoriais. São os amigo constantes de todas as horas, nos quais
podemos confiar cegamente, nos momentos de dúvida, de angústia e de
dor. São os conselheiros, sem se tornarem dogmáticos. São os
verdadeiro "Pais", não somente em decorrência da sua
função biológica da procriação, mas porque cumprem com amor,
sabedoria e competência, todas as funções inerentes a uma
paternidade responsável. A esses enviamos efusivos cumprimentos pela
passagem do seu dia.
Feliz
Dia dos Pais!!!!
Acompanhe-me pelo twitter: @bondaczuk
No comments:
Post a Comment