Thursday, February 11, 2016

Possibilidade apavorante



Pedro J. Bondaczuk


Um livro muito interessante, “O quinto cavaleiro”, que foi best-seller há uns três anos, aborda, em forma de romance, uma possibilidade bastante plausível nos dias de hoje. O texto narra a colocação de um artefato nuclear, através de terroristas palestinos, por ordem do coronel líbio Muammar Khadaffy, em pleno centro de Nova York.

O enredo, embora tendo personagens reais, como a maioria dos textos de ficção faz o bem triunfar sobre o mal, o que nem sempre (diria, raramente) acontece na realidade, no nosso dia-a-dia. A possibilidade de uma ação desse tipo, concluída que seja plausível por um computador, após processar centenas de milhares de informações – rigorosamente verdadeiras, sobre fatos, armamentos e personalidades atuais – chega a ser apavorante.

A mesma questão levantada pelos autores do livre nós já tivemos a oportunidade de abordar (até mesmo antes da publicação do referido romance). Ou seja, a hipótese (cada vez mais provável) de grupos terroristas – por qualquer descuido das autoridades de segurança – apossarem-se de armamentos nucleares para chantagear governos.

Em 1980, uma organização guerrilheira por pouco não se apossou de uma relativa quantidade de urânio, na usina atômica de Tilhange, na Bélgica. De posse desse material radioativo, qualquer estudante, um pouco mais aplicado e brilhante, seria capaz de construir um artefato nuclear de média potência.

Domingo passado, um grupo de manifestantes invadiu, com enorme facilidade, uma fábrica dos mísseis Pershing II, em Orlando, na Flórida. Felizmente, os invasores eram pacifistas, que se opõem aos armamentos atômicos. Já pensaram se, ao invés deles, os invasores fossem guerrilheiros, digamos, da Al Fatah (o braço armado da OLP), das Brigadas Vermelhas ou do Setembro Negro? Em que poste está amarrado o nosso burro!!!!

(Artigo publicado na página 10, Internacional, do Correio Popular, em 25 de abril de 1984)

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