Possibilidade
apavorante
Pedro J. Bondaczuk
Um livro muito interessante, “O quinto cavaleiro”,
que foi best-seller há uns três anos, aborda, em forma de romance, uma
possibilidade bastante plausível nos dias de hoje. O texto narra a colocação de
um artefato nuclear, através de terroristas palestinos, por ordem do coronel
líbio Muammar Khadaffy, em pleno centro de Nova York.
O enredo, embora tendo personagens reais, como a
maioria dos textos de ficção faz o bem triunfar sobre o mal, o que nem sempre
(diria, raramente) acontece na realidade, no nosso dia-a-dia. A possibilidade
de uma ação desse tipo, concluída que seja plausível por um computador, após
processar centenas de milhares de informações – rigorosamente verdadeiras,
sobre fatos, armamentos e personalidades atuais – chega a ser apavorante.
A mesma questão levantada pelos autores do livre nós
já tivemos a oportunidade de abordar (até mesmo antes da publicação do referido
romance). Ou seja, a hipótese (cada vez mais provável) de grupos terroristas – por
qualquer descuido das autoridades de segurança – apossarem-se de armamentos
nucleares para chantagear governos.
Em 1980, uma organização guerrilheira por pouco não
se apossou de uma relativa quantidade de urânio, na usina atômica de Tilhange,
na Bélgica. De posse desse material radioativo, qualquer estudante, um pouco
mais aplicado e brilhante, seria capaz de construir um artefato nuclear de
média potência.
Domingo passado, um grupo de manifestantes invadiu,
com enorme facilidade, uma fábrica dos mísseis Pershing II, em Orlando, na
Flórida. Felizmente, os invasores eram pacifistas, que se opõem aos armamentos
atômicos. Já pensaram se, ao invés deles, os invasores fossem guerrilheiros,
digamos, da Al Fatah (o braço armado da OLP), das Brigadas Vermelhas ou do
Setembro Negro? Em que poste está amarrado o nosso burro!!!!
(Artigo publicado na página 10, Internacional, do
Correio Popular, em 25 de abril de 1984)
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