Valeu!
Pedro J. Bondaczuk
A
Ponte Preta, finalmente, lavou a alma de sua fidelíssima torcida, não apenas
pelo fato de retornar à elite do futebol paulista, dois anos depois de haver
voltado ao cenário maior no plano nacional, mas pela brilhante exibição do time
na goleada que aplicou sobre o Mirassol. A equipe reservou o melhor para o
último instante, para a grande festa do renascimento (bem que o símbolo da
Macaca poderia ser o mesmo da cidade de Campinas: a fênix).
Para
um clube que ainda em 1996 estava prestes a ser rebaixado para a terceira
divisão, pelas inúmeras dívidas acumuladas por diretorias anteriores, cuja
atuação desastrosa os pontepretanos apenas querem esquecer, pode-se falar que
ocorreu um "milagre". Mas nada caiu do céu. As conquistas da Ponte
Preta de 1997, no Campeonato Brasileiro da Segunda Divisão, e de ontem, foram
frutos de muito trabalho, de união, de competência administrativa e,
principalmente, do apoio dessa imensa massa torcedora, que nos piores momentos
do clube, nunca deixou de acreditar no "impossível".
Essa
torcida sim merece o título de "fiel". Manter a fidelidade com um
clube que coleciona títulos e que somente uma vez ou outra tropeça e deixa de
ser campeão, é facílimo. Não tem todo esse mérito que as pessoas costumam lhe
atribuir. Mas não abandonar uma associação quando ela só traz decepções, revela
fragilidade e coleciona tropeços, chegando mesmo a correr o risco de
desaparecer, como ocorreu com a Ponte Preta, é sublime. Isso sim é que é ser
fiel. É amor incondicional e que, mais cedo ou mais tarde, acaba por operar
milagres. Como operou.
Está
de parabéns o presidente Sérgio Carnieli, que merece uma estátua no portão do
Majestoso, por tudo o que fez. Merecem todos os cumprimentos possíveis e
imagináveis os membros da atual diretoria, que deixaram vaidades e interesses
pessoais de lado, para trabalhar pelo bem comum. É uma questão de justiça,
também, destacar o trabalho incansável, humilde e sem vedetismo do técnico
Marco Aurélio, criticado em muitas oportunidades, mas que soube dar a resposta
no campo, com o acesso da Ponte Preta à série A-1 e a exibição de gala,
histórica, fantástica e inesquecível, no jogo de ontem.
Não
se pode esquecer, contudo, de José Macias, o Pepe, figura destinada a ser
vencedora, desde os tempos em que integrou o mais perfeito e completo time de
futebol do mundo, o do Santos de Pelé. Como técnico, colecionou títulos e mais
títulos. E como supervisor, é um dos responsáveis pelas duas ascensões da
Ponte.
Finalmente,
os cumprimentos para os brilhantes atletas, que demonstraram grande hombridade
e caráter, principalmente depois da derrota contra o Etti, no dia 9 passado.
Mas o vencedor maior, o décimo-segundo jogador, é esta maravilhosa, fantástica
e fidelíssima torcida. Todos vocês foram responsáveis pela maior alegria, no
terreno esportivo, que este veterano jornalista já teve em toda a sua vida.
Valeu, Ponte Preta!
(Artigo
publicado na página 4 do Suplemento Especial sobre a Ponte Preta do Correio
Popular em 19 de julho de 1999)
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