Efeito
estufa às avessas
Pedro J. Bondaczuk
Antes do início da guerra do Golfo Pérsico, quando
os Estados Unidos e seus aliados estavam ainda aguardando autorização do
Conselho de Segurança da ONU para usar a força militar para desalojar as tropas
iraquianas do Kuwait, e quando milhares de soldados se deslocavam para a
região, Saddam Hussein fez uma dramática e desaforada advertência. Disse que se
os contingentes do Iraque, no emirado, fossem atacados, ele virtualmente
incendiaria toda a zona. Queimaria os poços de petróleo kuwaitianos e
transformaria esse país num imenso cemitério.
Na oportunidade, cientistas realizaram uma
conferência em Londres e advertiram que, se o presidente iraquiano cumprisse
sua promessa, ocorreria um dos maiores desastres ambientais da História.
Destacaram, sobretudo, que um incêndio de grandes proporções alteraria o clima
terrestre. Ressaltaram o risco da aceleração do chamado “efeito estufa”, ou
seja, uma brusca elevação da temperatura no Planeta.
Saddam cumpriu, pelo menos em parte, sua promessa.
Seus soldados, antes de serem expulsos do Kuwait, incendiaram mais de 600 poços
de petróleo. Só que, ao invés da temperatura estar subindo em decorrência dessa
fumaceira toda, na verdade vem tendo um declínio.
No Kuwait, aumentou bastante o nível das chuvas,
causando, até mesmo, o nascimento de grama em regiões geralmente desérticas. O
Paquistão, por exemplo, terá um verão, neste ano, muito mais frio do que o dos
anos anteriores.
Chuvas vêm caindo ali fora de época. A fumaça
proveniente do Kuwait vem enevoando os céus paquistaneses. O comportamento do
clima, todavia, em decorrência de mais essa agressão do homem à natureza, vem
sendo, surpreendentemente, oposto ao previsto pelos cientistas. Ele pode
reverter, inclusive, as opiniões e dar razão aos que sempre defenderam a tese
contrária dos que alertam sobre o “efeito estufa”. Tal corrente – ultimamente
no descrédito – sempre afirmou que a poluição atmosférica coloca a Terra na
iminência de uma nova era glacial.
(Artigo publicado na página 32, Especial, do Correio
Popular, em 23 de abril de 1991)
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