Simples troca de opiniões
Pedro J.
Bondaczuk
Estudos, objetivos e manifestações de boas intenções. Este
foi o resultado prático da reunião de cúpula do chamado Grupo dos Sete,
concluída, ontem, no Texas, nos Estados Unidos. Três temas básicos foram levados
para o encontro e ao cabo dele ficaram no que estavam.
A proposta patrocinada pelo
presidente francês, François Mitterrand, e pelo chanceler alemão, Helmut Kohl,
de conceder uma ajuda direta e imediata à União Soviética, de US$ 15 bilhões,
para renovar sua anêmica economia, não foi aprovada.
É verdade que não faltaram
elogios a Mikhail Gorbachev e ao processo que ele deflagrou no Leste europeu.
Mas, dinheiro mesmo, não foi liberado nenhum. O grupo apenas concordou em dar
“um forte apoio”ao líder do Cremlin, o que não significa muito em termos
práticos.
Quanto ao meio ambiente, o Banco
Mundial foi encarregado de fazer um estudo para salvar a Amazônia. Mas sobre o
“efeito estufa”, poluição marinha, e outras tantas agressões à natureza,
ninguém concordou.
O mesmo aconteceu em relação aos
subsídios agrícolas. Os sete líderes prometeram “esforçar-se ao máximo” para
chegar a um acordo até o final do ano. Em outras palavras, essa delicadíssima
questão política acabou ficando “para as calendas” e deve dar ainda muito pano
para manga. Em suma, a cúpula foi como toda reunião de amigos: muita conversa e
pouca ação.
(Artigo publicado na página 13, Internacional, do Correio Popular, em 12
de julho de 1990).
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