Friday, January 23, 2015

Vem aí o 2º Planin, que pode até ser o último


Pedro J. Bondaczuk


A indústria brasileira de informática, doravante, deverá entrar numa segunda etapa da sua consolidação, buscando ser mais competitiva. Para tanto, terá que investir em qualidade e racionalizar custos, para poder lutar por uma fatia no mercado externo e com isso se fortalecer.

Mesmo no setor de micros, a reserva de mercado não é uma garantia para os acomodados, até porque, em virtude de dispositivo constitucional, essa proteção não deverá durar muito tempo. A nova Carta Magna exige, inclusive, que o seu prazo de vigência seja definido em lei pelo Congresso Nacional. E ninguém está disposto a respaldar os ineficientes e sem criatividade, sem forças, portanto, para resistir às competições.

Espera-se que o 2º Planin (Plano Nacional de Informática), que precisa ser aprovado necessariamente no máximo até abril de 1990, venha a se orientar no sentido de conferir uma maior capacidade de competitividade às indústrias do setor.

Se de fato for assim, a qualidade do que for produzido deverá ser fundamental. Mas a redução de custos, certamente, será uma das suas preocupações. Afirmamos e reiteramos várias vezes, neste espaço, que não será se reservando perpetuamente o mercado que os fabricantes de micros nacionais vão se consolidar.

Não somos contrário a este tipo de proteção, empregado, praticamente, em todos os países do mundo, quando se quer garantir a implantação de determinado segmento industrial. Nossa oposição refere-se à sua perpetuidade.

Aliás, a reserva de mercado já vem sofrendo várias investidas por parte de órgãos do próprio governo. Consideramos que esse mecanismo ainda é necessário. Mas é indispensável que a indústria brasileira de informática comece a atuar mais vigorosamente, no sentido de promover uma evolução qualitativa de seus produtos e de se preparar para implantar uma produção em escala, que barateie os seus custos.

(Artigo meu, escrito sob pseudônimo e publicado na página 12, Editoria de Informática do Correio Popular, em 17 de fevereiro de 1989).


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