Vem aí o 2º Planin, que pode até ser o último
Pedro J.
Bondaczuk
A indústria brasileira de informática, doravante, deverá
entrar numa segunda etapa da sua consolidação, buscando ser mais competitiva.
Para tanto, terá que investir em qualidade e racionalizar custos, para poder
lutar por uma fatia no mercado externo e com isso se fortalecer.
Mesmo no setor de micros, a
reserva de mercado não é uma garantia para os acomodados, até porque, em
virtude de dispositivo constitucional, essa proteção não deverá durar muito
tempo. A nova Carta Magna exige, inclusive, que o seu prazo de vigência seja
definido em lei pelo Congresso Nacional. E ninguém está disposto a respaldar os
ineficientes e sem criatividade, sem forças, portanto, para resistir às
competições.
Espera-se que o 2º Planin (Plano
Nacional de Informática), que precisa ser aprovado necessariamente no máximo
até abril de 1990, venha a se orientar no sentido de conferir uma maior
capacidade de competitividade às indústrias do setor.
Se de fato for assim, a qualidade
do que for produzido deverá ser fundamental. Mas a redução de custos,
certamente, será uma das suas preocupações. Afirmamos e reiteramos várias
vezes, neste espaço, que não será se reservando perpetuamente o mercado que os
fabricantes de micros nacionais vão se consolidar.
Não somos contrário a este tipo
de proteção, empregado, praticamente, em todos os países do mundo, quando se
quer garantir a implantação de determinado segmento industrial. Nossa oposição
refere-se à sua perpetuidade.
Aliás, a reserva de mercado já
vem sofrendo várias investidas por parte de órgãos do próprio governo.
Consideramos que esse mecanismo ainda é necessário. Mas é indispensável que a
indústria brasileira de informática comece a atuar mais vigorosamente, no
sentido de promover uma evolução qualitativa de seus produtos e de se preparar
para implantar uma produção em escala, que barateie os seus custos.
(Artigo meu, escrito sob pseudônimo e publicado na página 12, Editoria de
Informática do Correio Popular, em 17 de fevereiro de 1989).
Acompanhe-me pelo twitter: @bondaczuk
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