Novos hábitos
Pedro
J. Bondaczuk
O computador (e incluo
nessa classificação o tablete e o celular, que se transformou numa espécie de
eclético computador em miniatura) estabeleceu novos hábitos de leitura, que
inicialmente não passavam de mera tendência, mas que, aos poucos, vão se
consolidando, à medida que essa preciosa máquina se torna crescentemente
popular. Hoje já é, em boa parte dos lares, equipamento quase obrigatório, ao
lado da TV, da geladeira, do fogão, do microondas e de tantos outros
eletrodomésticos. Quanto ao celular, nem é preciso ressaltar sua importância e
“universalização”.
Muitas pessoas, por
exemplo, que não faz muito assinavam jornais e revistas, em sua versão em
papel, deixaram de fazê-lo. Optaram por assinaturas das respectivas
publicações, mas on-line, mais compactas, é verdade, mas com atualizações o dia
todo. Com o advento do note-book (e dos tabletes e celulares multifunção,
claro), nem mesmo a vantagem de poder
levar jornais e revistas para onde quiser, o que não ocorria antes com o
computador de mesa, ocorre mais.
Creio que os veículos
de comunicação impressos estão com os dias contados. Isso não irá ocorrer já, é
óbvio. Não vai acontecer amanhã, por exemplo, e nem na próxima semana ou no
próximo mês, mas num indeterminado número de anos.
O custo do papel
encarece jornais e revistas, tornando-os acessíveis para poucos bolsos.
Ademais, as fábricas que o produzem são sumamente poluentes, o que é motivo a
mais para se buscar alternativas que sejam saudáveis ao meio ambiente, por
serem “limpas”.
Muita gente reclama que
a leitura na telinha é cansativa. É tudo questão de se acostumar. Os editores,
por exemplo, passam horas e mais horas por dia à sua frente, lendo, revisando e
editando textos dos seus repórteres e nem percebem diferença em termos de
cansaço visual. Habituaram-se tanto (creio que a maioria), que optam, até, por
ler, também, livros na tela do computador. Eu sou um dos que preferem ler na
telinha do computador (ou em tabletes).
Além da vantagem da
instantaneidade, há a questão do volume físico. Você pode guardar alguns
milhões de edições de revistas ou de jornais na memória da sua máquina.
Imagine, porém, se quisesse fazer o mesmo com as versões impressas! Haja espaço
para isso! E nas horas em que precisasse fazer alguma consulta... seria um
Deus-nos-acuda!
Não é por acaso que
jornalistas consagrados e escritores campeões de venda estão migrando, em
massa, para este veículo moderno, eficaz e tão útil, criando e mantendo sites e
blogs com crescentes índices de leitura. Estão, apenas, antecipando em alguns
anos o futuro. Ou seja, aquilo que se
tornará realidade única mais dia menos dia.
A leitura de
determinados livros (quer em papel quer em e-books) deve ser feita, sempre, com
método e organização, para que se aproveite o melhor do seu conteúdo, sua
essência, a mensagem que o autor pretendeu passar e que motivou sua redação e
publicação. Nem toda obra pode ser lida da mesma forma, com a atenção
concentrada apenas no enredo (quando se tratar de ficção), sem se atentar para
nuances e sutilezas.
Por exemplo, não se
pode ler um ensaio da mesma forma que se lê um romance. Esse gênero, por si só,
já sugere reflexões, idéias, informações que, se bem aproveitadas, tendem a nos
ser úteis não apenas em nossa atividade, mas, sobretudo, em nossa vida. O mesmo
ocorre com um livro de poesias. Poemas precisam ser “sentidos”, para serem
valorizados, e não podem e nem devem ser lidos às pressas, sob pena de
deixarmos escapar o que têm de melhor e, dessa forma, não fazermos justiça ao
autor.
Mesmo alguns romances
têm conteúdo que vai muito além do mero enredo, da ação, daquilo que o leitor
desavisado entende que seja a sua essência. Muitos deles trazem citações
fantásticas, que nos podem ser sumamente úteis em vários sentidos.
Ao ler um livro, com as
características que destaquei, convém ter à mão uma caneta e um bloco de
anotações (de preferência uma agenda destinada a esse fim). Anote,
meticulosamente, as coisas interessantes que encontrar. Verá que seu proveito
dessa leitura será muito maior do que se você se limitasse a fazê-la de um só
“sopro”, sem interrupções.
Alguns costumam grifar
(no caso de livros impressos) o que lhes interessa no próprio volume e fazer
anotações à margem. Também vale. Todavia, recomenda-se, como mais adequadas, as
anotações em papeis à parte. Afinal, todas as vezes que você copia um texto,
mesmo que não se aperceba, o memoriza, se não na totalidade, pelo menos em boa
parte dele.
Mas o importante é que
você leia. Não importa tanto o formato ou o objeto da leitura. Vale tanto para
livros impressos, convencionais, quanto para e-books. Mas leia: jornais,
revistas, gibis e livros. Leia sites, blogs, twiters e tudo o mais que
encontrar neste vasto “oceano” de informações, que é a internet. Leia cartazes,
anúncios e até bulas de remédio. Mas leia sempre!!! Só assim conseguirá redigir
com confiança e correção. Só assim se sentirá seguros para se manifestar publicamente
(e em qualquer veículo, eletrônico ou não), sem receio de críticas ou de cair
em ridículo.
Acompanhe-me pelo twitter: @bondaczuk
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