Método de trabalho
Pedro
J. Bondaczuk
Toda atividade a que
nos propusermos a exercer, não importa sua complexidade ou importância, requer
uma série de fatores para ser bem-sucedida. São necessários, por exemplo, pleno
conhecimento do que você se propõe a fazer, organização, aplicação e,
sobretudo, método. Ao executar qualquer trabalho, você não irá começá-lo do
meio para o final para depois retroceder ao início. Se fizer isso...
Em Literatura, não é
diferente. Esqueça essa bobagem de “inspiração”, coisa que só quem não é do
ramo acredita. Nenhum texto desce do céu prontinho sobre sua cabeça,
restando-lhe, somente, transcrevê-lo no papel ou na telinha do computador. Se
fosse assim, teríamos bilhões de escritores, não é verdade?
Para você produzir uma
obra consistente, com forma adequada e conteúdo que valha a pena, requer-se
suor, muito suor. Há, até, uma expressão muito usada em nosso meio – tanto que já virou clichê (mas que não deixa
de ser verdadeira) – que diz que para produzir um bom texto você precisará de
“1% de inspiração e 99% de transpiração”.
Dos fatores citados
(conhecimento, organização, aplicação e método), o segundo é importantíssimo.
Organize sua mesa de trabalho. Mantenha ao alcance da mão os livros que você
eventualmente terá que consultar, as anotações feitas previamente que vai
utilizar, o material que você usa (lápis, caneta, marcadores etc.), de sorte a
não ter que perder tempo procurando o que quer que seja. Isso evita que você
perca a concentração e o fio da meada do que estava escrevendo.
Crie seu próprio método
de trabalho, ou seja, o que melhor se adeque à sua personalidade. Adquira o
saudável (e indispensável) hábito de revisar, cinco, dez, mil vezes se
necessário, tudo o que escrever. Se puder, peça a alguém que leia o que
escreveu, antes de dar o texto por concluído.
Corte o supérfluo, sem
dó e nem piedade, mesmo que a palavra, ou oração, ou período, ou parágrafo ou
mesmo o capítulo inteiro lhe parecerem “bonitinhos” e originais. Se não forem
essenciais ao entendimento do texto, livre-se deles. Revisar é a “arte de
cortar” gorduras do que se escreveu.
Não acredite muito
naquela história de que “você escreve bem”, só porque, nos tempos de escola,
foi elogiado pela professora por haver produzido uma redação que no entender
dela foi melhor do que a dos colegas. Adote padrões profissionais de aferição
de qualidade. Afinal, seu texto tanto pode consagrá-lo e garantir-lhe um lugar
cativo nos corações e mentes das futuras gerações, quanto levá-lo ao escárnio,
à má reputação e ao ridículo. Pense nisso.
Acompanhe-me pelo twitter: @bondaczuk
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