Literatura de Auto
Ajuda
Pedro
J. Bondaczuk
“A Literatura é muito
mais sugestão do que descrição. Quanto maior for a perícia de um escritor de
despertar (e mexer com) a imaginação dos seus leitores, maior será seu
potencial de prender sua atenção e torná-lo cúmplice da sua criação”. Esta é a
abertura de recente texto que publiquei em um dos tantos espaços da internet que
freqüento, a propósito dessa tão complexa e fascinante atividade que tanto me
apaixona e que há tempos abracei sem hesitação. Trata-se de opinião
estritamente pessoal, portanto não dogmática, que sustento exclusivamente por
acreditar nela, sem querer impô-la a ninguém. Caso não acreditasse, não teria
problema algum em modificá-la. Isso, desde que alguém me convencesse que eu
estivesse equivocado. Como ninguém me convenceu, sigo com essa crença.
Um leitor pediu-me,
recentemente, opinião a respeito da chamada “Literatura de Auto Ajuda”. Como em
toda atividade, há, também nesse segmento, os bons escritores, convincentes e
inteligentes, com imensa capacidade de sugestão que nos prendem por completo a
atenção, respeitando, sobretudo, nossa inteligência. Em contrapartida, há os
ruins, os confusos, os que não dominam nem mesmo as regras elementares do
idioma. Ditam regras de conduta sumamente contestáveis, nas quais, não raro,
nem acreditam. Escrevem em estilo pesadão, repleto de incongruências. São dos
tais “espanta leitores”, que se julgam árbitros do comportamento alheio, ágeis
em criticar e hiper-morosos em reconhecer méritos, com idéias ultrapassadas e
dogmas caducos. São péssima propaganda para quem se dedica a esse tipo de
literatura.
“Consumo”, até em volume
razoável, autores tipificados como de “Auto Ajuda”, embora me oponha a esse
rótulo ou a outro qualquer. Para mim, existem só dois tipos de Literatura
(independentes dos temas que os escritores abordem): a boa, digna de consumo e
de imitação e a ruim, da qual é melhor colocar distância, por não nos
acrescentar coisa alguma. Consumo Auto Ajuda consciente de que ela não é
panacéia para todos os males. Estou consciente que não existem regras
infalíveis e nem fórmulas mágicas de bem viver. A “peneira” que utilizo para
filtrar o útil e proveitoso do supérfluo e até nocivo, é o senso crítico,
escudado no bom senso.
O que considero
saudável e útil para minha vida, absorvo com coração e mente. O que não,
descarto, sem precisar alardear o que e de que autores. Só critico o que me
causa discordância caso seja solicitado a emitir opinião. Caso contrário... Eu
seria até incoerente caso “fugisse” da Literatura de Auto Ajuda. Explico. Sou adepto da Programação
Neurolinguistica e tenho convicção de que nosso cérebro é não apenas
programável, mas a todo o momento programado de fato, para o positivo ou o
negativo, mesmo que á nossa revelia, ou seja, que não tenhamos consciência
disso.
Por isso, procuro
abastecê-lo com mensagens positivas, otimistas, construtivas, que determinarão
meu comportamento e meus sentimentos face á vida em algum momento, que nem sei
quando. E, convenhamos, mesmo o escritor de Auto Ajuda mais inepto, não sai
espalhando por aí mensagens negativas, pessimistas e destrutivas. Esse tipo de
literatura, todavia, é cercado, estranhamente, de inegável preconceito, de
enorme má vontade, sobretudo por parte de alguns de meus colegas jornalistas.
Tolice. Será que eles não percebem que, com isso, se expõem ao ridículo? Parece
que não. Há, até, quem não considere livros de auto ajuda como sendo
Literatura. Tenho lido nas redes sociais indiretas irônicas a esse tipo de
assunto, como se, só quem “opina” dessa maneira, ou seja, sem base em
argumentos, fosse onisciente e dono da verdade. Presumo que pelo menos é como
se sentem. Ora, ora, ora...
Volta e meia, vários
dos textos que escrevo são classificados como sendo de Auto Ajuda. Quem os classifica assim, porém, está
equivocado, mesmo que bem intencionado. Não que, se eles tivessem, mesmo, essa
característica eu me sentiria diminuído. Pelo contrário. Sentir-me-ia sumamente
honrado em privar da seletíssima companhia de nomes como Dale Carnegie, Lair
Ribeiro, Roberto Shinyashike, Lauro Trevisan, Joseph Murphy, Içami Tiba,
Augusto Cury e tantos e tantos outros escritores brilhantes e generosos que se
esmeram em nos mostrar o lado positivo e bom da vida e em nos sugerir caminhos
para vivermos melhor. Se alguns textos meus parecem ter essa característica (e
não sou eu que afirmo), entendo que estou no bom caminho. Que aprendi com a
experiência e também com mestres tão brilhantes como os que citei (e como os
milhares que deixei de citar). Só que tenho que ser realista. E, infelizmente,
para meu desgosto, por não ter preparo para tal, não sou escritor de Auto
Ajuda.
Já que o assunto veio à
baila, colhi este punhadinho de pérolas de sabedoria e sensibilidade da obra de
Augusto Cury, extraídas do site “Mensagens com amor” (www.mensagenscomamor.com)
algumas das quais partilho com você, amável leitor, que certamente saberá fazer
bom proveito deste show de sensibilidade e bom senso:
“Construí
amigos, enfrentei derrotas, venci obstáculos, bati na porta da vida e
disse-lhe: Não tenho medo de vivê-la”.
“Uma
pessoa inteligente aprende com os seus erros, uma pessoa sábia aprende com os
erros dos outros”.
“Os
problemas nunca vão desaparecer, mesmo na mais bela existência. Problemas
existem para serem resolvidos, e não para perturbar-nos”.
“Sem
sonhos, a vida não tem brilho. Sem metas, os sonhos não têm alicerces. Sem
prioridades, os sonhos não se tornam reais. Sonhe, trace metas, estabeleça
prioridades e corra riscos para executar seus sonhos. Melhor é errar por tentar
do que errar por omitir!”
“Apesar
dos nossos defeitos, precisamos enxergar que somos pérolas únicas no teatro da
vida e entender que não existem pessoas de sucesso e pessoas fracassadas. O que
existem são pessoas que lutam pelos seus sonhos ou desistem deles”.
“Um
ladrão rouba um tesouro, mas não furta a inteligência. Uma crise destrói uma
herança, mas não uma profissão. Não importa se você não tem dinheiro, você é
uma pessoa rica, pois possui o maior de todos os capitais: a sua inteligência.
Invista nela. Estude!”
“Os
inimigos que não perdoamos dormirão em nossa cama e perturbarão o nosso sono”.
“Se
um dia fecharem-lhe as portas da vida, pule a janela”.
Acompanhe-me pelo twitter: @bondaczuk
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