Refratário ao entendimento
Pedro J. Bondaczuk
Duro,
duríssimo diamante,
refratário ao
entendimento,
é o âmago
deste instante
que se esvai,
veloz, como o vento.
Recursos
tenho, tenho vários,
não somente
um: tenho sete!
E a ousadia
dos corsários
ao navegar na
internet.
Pirata, singro
os sete mares
na predadora
nau Lutécia,
voraz, sob
mágicos luares,
como os sete
sábios da Grécia.
Busco, tento,
no dia-a-dia,
apesar de
certa desídia,
chegar à fonte
da poesia:
Sou poeta da
multimídia!
Não interpreto
o cotidiano
e nem os
sentimentos gris,
não domino o
desejo insano
e não consigo
ser feliz.
Tateio no
escuro (em vão)
e esmero-me,
no meu labor,
para escapar
da solidão:
Ainda acredito
no amor!
É jogo de
cartas marcadas.
São retalhos
de fantasias,
impressões estereotipadas,
fantasmas de
melhores dias.
Pois o âmago
deste instante
que se esvai,
veloz, como o vento,
é duríssimo
diamante
refratário ao
entendimento.
(Poema
composto em Campinas, em 2 de março de 1981).
Acompanhe-me pelo twitter: @bondaczuk
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