Despedida
Pedro J. Bondaczuk
Eu sinto um
quê de despedida em minha vida,
algo de caro
que vai deixando o meu ser
e se perdendo
além do Tempo e do espaço,
sumindo, qual
fumaça, rumo ao nada.
Tudo o que fui
na vida me é saudoso.
Meus risos,
prantos, ódios e amores.
Tudo passou!
Perdeu-se no infinito,
num remoto
passado, nos confins da eternidade.
O que eu quis
ser nesta vida não fui.
Nos cantos,
prantos e amores me esqueci
a contemplar o
navio da minha ilusão
que se perdia,
sereno, no horizonte.
Jamais sofri,
apesar de alquebrado,
grandes
fadigas, nem prejuízos corporais.
Mas minha
mente, minha alma, os meus sonhos
foram só
mundos cruéis de nostalgia.
“O que serei”,
me pergunto, com aflição.
Qual meu
futuro? Serei vassalo ou rei?
Quem me
responde a esta pergunta eloqüente?
Quem me
devolve a mais cara ilusão?
Cadê o meu
céu, colorido de azul?
Meu sol
brilhante, tão dourado, pra onde foi?
Há treva
imensa na minha vida! Horror!
Meu mar de
rosas em espinhos se tornou!
Sumindo
triste, qual fumaça, rumo ao nada,
e se perdendo,
além do Tempo e do espaço,
algo de caro
vai deixando o meu ser,
pois sinto um
quê de despedida em minha vida.
(Poema
composto em 2 de março de 1964 em São Caetano do Sul).
Acompanhe-me pelo twitter: @bondaczuk
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