Pirilampo
Pedro J. Bondaczuk
Campos
abertos, campos vastos, campos mágicos
dos
sentimentos secretos e emoções reprimidas.
Sons ecoam de
todos recantos e direções...
Risos, choros
e gritos de crianças.
Sussurros
lúbricos de desejos e paixões...
Gemidos de
angústia e horror, brados de ira.
Fantasmas de uma vida de ilusões e dores
--- alegres
lembranças e recordações com gosto de fel –
misturam suas
vozes, em selvagens canções,
brincam de
roda com os meus sonhos azuis.
Como um raio,
riscando ignotos horizontes,
um pirilampo
vara a noite da saudade
pisca-piscando
irresistíveis tentações.
Olhar de fogo,
olhar enganoso, olhar sutil,
olhar
esgazeado, desesperador e insano,
olhar sem
brilho, álgido e fátuo.
E o pirilampo
voa, revoa e se vai...
Só resta a
noite, avassaladora e misteriosa
nos campos
abertos, campos vastos, campos mágicos
dos
sentimentos secretos e emoções reprimidas
e eu, a me
esvair em versos e recordações,
fundamente
ferido de encantamento e ternura,
numa fatal
hemorragia de beleza e de poesia.
(Poema
composto em Campinas, em 23 de junho de 1967).
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