Alerta!
Pedro J. Bondaczuk
Onda de
protestos,
indistinto
clamor,
violência
desatada,
massa
fermentada,
ódio em
ebulição.
Gestos
maquinais,
bloqueio da
razão,
prevalência de
instintos,
despersonalização.
Inertes
marionetes,
ausência de
atitudes,
palavras de
comando
de disfarçados
ditadores,
às multidões
manipuláveis.
Vasto abismo
entre os homens,
--- estranhos,
posto semelhantes ---
gargantas
famintas engolem vidas
irrealizadas,
tornadas inúteis
pela ausência
da razão.
Eia, irmão,
desperta
para o momento
presente!
Sente a
angústia velada
que oprime
todo teu ser.
Estreita-me
num amplo abraço
fraternal, de
compreensão.
Lança, por
sobre o abismo,
pontes
comunicantes.
Arroja de
nossa galera
déspotas e
tiranos. Sepulta
no mar do
esquecimento
todos sistemas
suicidas.
Assumamos,
enquanto é tempo,
--- embora as
horas perdidas ---
o comando da
nossa nau.
Conduzamos a
galera Terra
rumo à
alvorada da razão.
Sejamos
únicos, originais,
--- mais do
que peças da máquina
que a tudo consome e tritura ---
mundos
distintos, personalizados,
complementares
e comunicáveis
.
Gozemos a
suprema ventura
de
"ser", mais do que só "existir".
Vivamos, com
plenitude,
o mágico
privilégio de pensar.
(Poema
composto em Campinas, em 6 de maio de 1971)
Acompanhe-me pelo twitter: @bondaczuk
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