Poema de saudade
Pedro J. Bondaczuk
Verdes campos, vergéis floridos,
fontes, lagos e corredeiras
de Horizontina, de horizontes amplos
e de mágicas alvoradas de luz...
Minha terra, minha pátria, meu cantinho
particular e indestrutível no universo,
grande, que nem cabe no Planeta;
minúscula: cabe todinha num verso!
Gente minha, gente querida, gente que o tempo,
que a tudo e a todos devora, levou...
Vovô, com seu bigode enfático
e seu talento e sua fé.
Vovó, inesgotável fonte de ternura,
toda amor e irrestrita dedicação.
Gente minha, gente querida, gente
que nem o tempo deletério apagou,
consumiu ou modificou na dimensão
infinita e indevassável da memória...
Vastos trigais, ondulantes mares dourados,
apanágios, ícones, símbolos de recordações
onde a brisa sussurrava imortal melodia,
bárbara e misteriosa do meu sonho criança...
Manhãs mágicas, magníficos ocasos
noites de lua cheia repletas de fantasmas,
dias de primavera olorosos, floridos,
tardes cinzentas e geladas de inverno.
Calidoscópio onírico, estranha rutilância,
imagens, sensações, saudades, lembranças:
Horizontina imutável, cenário da minha infância.
Hortos dourados, verdes, suaves colinas.
das emoções especiais âmago e essência,
você, Nair, despertando instintos
adormecidos. Hortolândia da adolescência.
Emoções intensas e indescritíveis,
sonhos fagueiros. Doloroso despertar!
Confronto dramático com a realidade:
dor, frustração, amargura, pesar...
Hortolândia imutável: cenário da minha saudade.
(Poema composto em Santo André, em 5 de setembro de 1963).
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