Pedro J. Bondaczuk
O crime organizado vem espalhando-se pelo mundo, mediante alianças entre os mais poderosos grupos, para assaltar bancos, extorquir pessoas, traficar drogas, lavar dinheiro ilegal, contrabandear órgãos humanos para transplantes e cometer outros delitos, desafiando governos, subornando autoridades e coagindo, ou até eliminando, testemunhas que comprometam suas atividades.
Tornou-se um dos negócios mais rentáveis do mundo, faturando, a cada ano, quantia estimada em US$ 750 bilhões. Agindo de forma isolada, os vários governos, quer sejam do Primeiro Mundo, quer do Terceiro, pouco têm conseguido fazer para deter a expansão dos “negócios” de grupos como os cartéis de Calli e Medellín, da Colômbia; Máfia, Camorra e N’Draghetta, da Itália; Yakuza, do Japão e várias gangues surgidas nas Repúblicas hoje independentes da extinta União Soviética, como as da Geórgia, Bielorrússia, Usbequistão e Ucrânia, além da própria Rússia.
Faltam informações e não há uma legislação mundial que facilite o desmantelamento dessas quadrilhas. Muitos países sequer têm tratados de extradição entre si, facilitando a fuga e ocultamento dos criminosos.
Para acertar uma ação conjugada contra o crime organizado, as Nações Unidas promoveram uma conferência internacional, levada a efeito, esta semana, em Nápoles, na Itália, que contou com representantes de 140 Estados membros da ONU.
Ao final do encontro, foi firmado um acordo, objetivando, sobretudo, a troca de informações sobre a criminalidade mundial. O documento, de 24 páginas, prevê a criação de um banco de dados internacional, ao qual todos os signatários terão acesso, com informações sobre tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e crimes de colarinho branco, entre outras.
Entre os pontos acordados para deter a produção de cocaína está a cooperação mundial para controlar produtos químicos como éter e acetona, usados no refino do pó. Hoje, os narcotraficantes colombianos faturam mais, anualmente, do que qualquer país da América Latina, principalmente a própria Colômbia. Estima-se que os poderosos cartéis movimentem US$ 200 bilhões por ano!
(Artigo publicado na página 15, Internacional, do Correio Popular, em 27 de novembro de 1994).
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