Inundação
Pedro J. Bondaczuk
Sons sibilantes soavam serenos
em rudes reintrâncias da rocha rude.
De tanta poesia fugir não pude
e hauri-a em sorvos, com pulmões plenos.
Vivi, respirei, apalpei poesia,
fiz da poesia verdadeira norma
mas nunca pude encontrar uma forma
para expressá-la tal qual eu queria.
Desgostoso, voltei à minha lida
não mais alimentando o sonho vão
de tornar real tamanha ilusão.
Porém, por persistir nesta loucura,
eu vislumbrei um pouco de ternura,
e a ternura inundou a minha vida.
(Soneto composto em Campinas, em 10 de novembro de 1965).
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