Monday, July 20, 2015

Campanha deprimente


Pedro J. Bondaczuk

A propaganda política, para o segundo turno, pelo rádio e pela televisão, dos dois candidatos ao governo do Estado de São Paulo, Paulo Maluf e Mário Covas, que começou no domingo passado, não poderia ser mais negativa do que vem sendo. É caracterizada quase que exclusivamente por ataques pessoais, sem que nenhum dos dois postulantes a esse posto, tão importante na vida do País, tenha apresentado programas e propostas para a solução dos problemas que afligem os paulistas. É, portanto, deprimente e chega a descambar para o ridículo. Quem possui TV a cabo, ainda tem como se defender de tanta baboseira. Quem não tem...

Outro ponto a destacar é o que se refere ao apoio de Francisco Rossi --- que para isso, se desligou do PDT, de Brizola --- a Paulo Maluf. O próprio responsável pela campanha, no primeiro turno, do ex-prefeito de Osasco, confessou ter ficado surpreso e decepcionado com a atitude, que reflete apenas oportunismo. Bem fez o PT, que liberou seus membros a apoiarem, individualmente, Mário Covas, embora o partido em si tenha optado pela neutralidade.

Na reforma política, que se apregoa no Congresso, é preciso rever, com urgência, além da questão do financiamento das campanhas, a gratuitade da propaganda no rádio e na televisão. A medida foi adotada, supostamente, para dar oportunidades "iguais" a candidatos ricos e pobres. Contudo, a distribuição desigual de tempo aos partidos só veio prejudicar aqueles que, embora imbuídos das melhores das intenções e preparados para a política, não contam com o dinheiro de grandes empresas ou grupos de pressão para contratar os melhores "marqueteiros". Se, para complicar, são de agremiações nanicas, sem bancadas expressivas no Congresso, e que lutam, a duras penas, para sobreviver, só conseguem se eleger por milagre. Quando têm 30 segundos na TV, devem festejar. E quem acaba perdendo com isso é o País.

(Artigo divulgado na revista eletrônica "Barão Virtual", na Internet, na segunda semana de dezembro de 1998)


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