Coração
solitário
Estas
coloridas pétalas
esparzidas
pelo chão,
o inebriante
perfume
e este irreal
clarão
(brilhante,
potente luz
que revelam
meu mundo)
buscam
eliminar a tristeza
e o acre
cheiro de bolor,
dissipar a
atroz treva
e tornar menos
precário
o estado tão
lamentável
deste meu
temerário
e imprudente
coração,
que vive tão
solitário.
Meus versos
forçados, vazios,
vazias canções
arrítmicas,
o vazio na
minha alma,
o vazio no meu
mundo,
o vazio em
minha vida,
o vazio em meu
temário,
revelam o
vazio existente
no meu coração
solitário.
O Amor, que
busco nas formas,
o Amor,
essência da vida,
o Amor que
trago nos olhos,
o Amor que
insinuo no corpo,
o Amor que
revelo nas mãos,
o Amor que
cedo, por amor,
Amor trocado
em Amor,
Amor que dou,
não empresto,
de nada me tem
valido.
O Amor é um
grande falsário!
Embora
distribuindo Amor,
sendo, até
mesmo, perdulário,
não passo de
poeta falido
e de coração
solitário.
Meus instantes
de tédio,
minha cisma e
vagar,
as estrelas,
que são minhas
em todas
noites de luar,
formam,
apenas, o corolário
de cismas e
inquietações
que se resumem
em penas,
de queixas,
extenso rosário,
e insatisfação
contínua
de um coração
solitário.
(Poema
composto em Campinas, em 24 de novembro de 1968).
Acompanhe-me pelo twitter: @bondaczuk
No comments:
Post a Comment