Monday, April 15, 2013


Carrossel

Pedro J. Bondaczuk


Tédio...
O Bonde Esperança passou...
O menino grande ficou
sem ter destino.

Tédio...
Estrelas azuis sorriem
e pálidas luas contemplam
a negritude da alma
do menino.

Tédio...
Rouxinóis incolores,
flores pretas,
bondes brancos...

Tédio...vagar...tristeza..
Morreu a estrela do mar
que fez o menino chorar.

Campos roxos,
campas brancas,
sorrisos frouxos,
tristezas francas.

Globo girante,
carrossel gigante
que não pára,
mas sempre volta.

O menino tirou
no carbono do sonho
uma cópia da vida.

Tédio...
O Bonde Esperança passou
e deixou o menino
sem seu destino...

(Poema composto em São Caetano do Sul, em 7 de fevereiro de 1964 e publicado na "Gazeta do Rio Pardo" em 15 de setembro de 1968).

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