Ataques como atração
Pedro J. Bondaczuk
Os ataques, salvo engano,
devem ser a grande atração destas finais do Paulistão. Não que sejam
previsíveis grandes goleadas nas seis partidas que deverão apontar o campeão
deste ano, embora alguns dos clássicos, nas três fases anteriores, tivessem
sido caracterizados por um grande número de gols.
Os
quatro times jogam ofensivamente e contam com grandes artilheiros, além de
excelentes "coadjuvantes". No Palmeiras, embora Luizão não possa mais
estar em campo, a expectativa da torcida é a de que Viola torne a entrar na
briga pela artilharia com Dodô, do São Paulo, apontado como a grande revelação
da temporada. Além disso, o Verdão conta com Marquinhos, jogando muito, e Fred
Rincon, com o seu senso de oportunismo.
O tricolor,
embora não possa contar com o futebol de Denilson, tem o colombiano Aristizabal
em grande fase e acertando finalmente as bolas que vinha errando no início do
campeonato.
Quanto
ao Corínthians, é até redundante dizer que conta com excelente ataque. Basta
atentar para a escalação do Timão, que pode se dar o luxo de manter o
artilheiro de três Brasileirões, o centro-avante Túlio, no banco. A não
convocação de Donizeti, por parte de Zagallo, garante rapidez na linha de
frente e, por conseqüência, muitos gols: de Mirandinha, de Marcelinho, de Souza
e do próprio.
Não
se pode, no entanto, considerar o Santos como "carta fora do
baralho". Pelo contrário, em decorrência do técnico que tem no banco,
Wanderley Luxemburgo --- sem favor algum e sem demérito aos demais, o melhor do
País na atualidade --- e do grupo entrosado e com pinta de vencedor, não será
surpresa para ninguém se repetir a performance do Rio-São Paulo e papar este
Paulistão.
Com
Miller começando a recuperar a forma, com Careca podendo entrar meio tempo e
com o futebol de Alessandro --- para não falar de Caíco, em grande fase, e de
Macedo, sempre um goleador --- o ataque santista é respeitabilíssimo. A defesa
do Corínthians que o diga!
Pena
que o Palmeiras ficará desfalcado de Djalminha e Cafu, servindo à Seleção. E
que o São Paulo fique sem Denilson. Quanto a Célio Silva, tem um substituto à
altura, o igualmente selecionável Antonio Carlos.
Zagallo,
no entanto, não desfalcou tanto assim os quatro participantes da decisão. E
atrações é que não vão faltar nestas finais, com certeza, para compensar a
previsibilidade da fase de classificação, que só valeu pelas goleadas
acontecidas em cima do Juventus, Guarani e São José, entre outros. Há
"cheiro" de muitos gols no ar. Esperamos não "queimar a
língua"...
(Artigo publicado no Caderno de Esportes
do Correio Popular, em 22 de maio de 1998).
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