Janelas da consciência
Pedro J. Bondaczuk
Abri as janelas da consciência
e descortinei a eternidade!
Sou incógnita insolúvel,
o “x” da equação da vida
na ingente busca de solução.
Não sou nada! Não sei nada!
Nada quero de material!
Só meu mundo não tem trevas.
Mas nem meu sonho me é leal!
No poema, inconseqüente,
que quis, em vão, escrever,
está a minha alma revelada.
Quem me dera me encontrar,
na minha perpétua busca,
no meu mundo, a viver
a quimera insatisfeita,
a busca da felicidade.
Quem me dera ser monera,
cosmo, expressão sem alma,
ser luz, ser treva, ser pedra,
ser sonho buscando sonhos.
Vago, no universo infinito,
tentando descobrir meu “ego”,
a mística auto-revelação,
vacilante, tateante e cego.
Muito além do zênite supremo,
dos limites do inconcebível vácuo,
descortino, da vida, a essência:
abri as janelas da consciência!
(Poema composto em São Caetano do Sul, em 3 de agosto de 1964)
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