Wednesday, November 30, 2016

TEMPO GASTO EM SE ABORRECER É PERDA IRREPARÁVEL DE FELICIDADE

Um dos desafios mais árduos e, no entanto, mais compensadores, é o de aprender a lidar com frustrações de toda a sorte em nosso cotidiano e evitar que elas se transformem em crônicos aborrecimentos. Para o bem da nossa saúde física e mental, e para o bem-estar dos que nos cercam e que conosco convivem, devemos manter sempre constante o nosso bom-humor, sem permitir que qualquer incidente, seja de que tamanho ou natureza for, o comprometa e arruíne. Difícil? Sem dúvida! Impossível? Longe disso! Devemos ter em mente a sábia observação do filósofo Ralph Waldo Emerson: “Para cada minuto que você se aborrece perde sessenta segundos de felicidade”. Não parece muito, mas é, Trata-se de perda irreparável. Há pessoas que perdem não apenas um minuto, mas horas sem fim, dias, meses, anos, quando não a vida toda, acalentando mágoas, chateações e desejos de vingança, abdicando da possibilidade de serem felizes. Vale a pena abrir mão de tanto por tão pouco? Claro que não! Agindo dessa maneira não conseguirão mesmo serem felizes. Pensem nisso.


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Presente de Natal

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Juros penalizam microempresários


 Pedro J. Bondaczuk


O presidente José Sarney e vários de seus ministros, especialmente os da área econômica, têm vindo a público, desde o início do atual governo, para garantir à sociedade que a base da sua política é a garantia do crescimento brasileiro (sem recessão), conjugada a um combate inteligente à inflação. No entanto, na prática, o que está se vendo é algo muito diferente.

O segmento que é responsável por 80% dos empregos neste País está sendo duramente penalizado e está à beira de um verdadeiro colapso. Trata-se do microempresário, esse indivíduo abnegado e criativo, que tem servido de tema para tanto político demagogo e que no entanto está arcando com a maior parte, senão com a totalidade, da atual crise que vem assolando a nossa economia, principalmente em decorrência do fracasso do Plano Cruzado.

O principal problema dessa faixa produtiva nacional (embora n ao o único) reside nas absurdas taxas de juros que estão sendo praticadas na atualidade. Se muitas empresas médias e de grande porte, com um capital enorme e com uma soma de recursos internos e externos quase inesgotável, vêm passando por grandes dificuldades, em razão da brutal elevação de seus custos financeiros, imagine o leitor o que está acontecendo com as pequenas e micros.

O pior é que ninguém sabe com exatidão de quem é a responsabilidade por tamanho descontrole. Se do governo ou do mercado. O fato é que o nicroempresário há tempos vem emitindo um desesperado “SOS”, lutando com todas as forças pela sua sobrevivência, e ninguém o ouve e nem o acode.

Não seria sequer necessário lembrar para ninguém como nascem estes pequenos, mas sumamente valiosos empreendimentos. Em geral eles são frutos do espírito criativo do brasileiro. Muitas dessas empresas surgem apenas da vontade de se fazer algo por própria conta. Ou seja, são criadas virtualmente do nada.

O capital inicial desse negócio quase sempre é constituído por algumas parcas economias, juntadas com ingentes sacrifícios durante anos, e às vezes com o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço, quando seus empreendedores se desligam de seus empregos para enfrentar esta fascinante aventura, este magnífico desafio.

Boa parte dos microempresários começa a trabalhar com máquinas que eles próprios inventaram, desenharam e construíram artesanalmente, com as próprias mãos. Eles já partem, portanto, de um ponto bastante positivo para o País. Desenvolvem, na pura raça, uma tecnologia toda nacional, rústica, é verdade, mas muito funcional, economizando preciosas divisas que deixam de ser gastas no Exterior com o seu instrumental.

Nesta circunstância, nada lhes é mais vital do que o crédito bancário barato. Se corretamente apoiada, essa empresa, nascida inúmeras vezes em fundo de quintal, cresce, se desenvolve, se moderniza e em pouco tempo se torna emérita exportadora.

O microempresário, portanto, simboliza, com a sua coragem e sua confiança no eterno futuro deste “Gigante Deitado”, o verdadeiro espírito do brasileiro. Não somos todos uns “Macunaímas” da vida, estereótipo que nós mesmos nos impomos e até exportamos, criando a idéia generalizada de que a totalidade dos cidadãos deste País (ou pelo menos a maioria), só quer saber de carnaval, futebol, cachaça e muita “sombra e água fresca”.

Há milhões e milhões de pessoas empreendedoras e corajosas, que não conhecem sábados, domingos e feriados, descanso ou esmorecimento. Trabalham, trabalham e trabalham e muitas vezes em vão, por absoluta falta de respaldo oficial.

Ninguém acreditou mais, por exemplo, no Plano Cruzado, do que o microempresário. O crescimento do poder aquisitivo de algumas faixas da população (que não foi tão alto quanto demagogicamente se procurou dar a entender), fez com que houvesse uma explosão de consumo. Isso levou muita gente a se decidir a criar o seu próprio negócio, para suprir um mercado hiperaquecido, mas que não podia ser saciado pelo parque produtivo nacional, defasado em virtude de uma recém superada era de recessão econômica. Pequenas firmas foram abertas aos milhares em todo o território nacional e os índices de desemprego, em conseqüência disso, foram emagrecendo, emagrecendo, até quase desaparecerem.

Os juros praticados então eram pelo menos racionais e muitos (senão a maioria) desses microempresários resolveram pensar com grandeza. Fizeram investimentos consideráveis, de maturação de médio prazo, cujos resultados, caso eles fossem apoiados por uma política econômica que de fato merecesse este nome e não se resumisse em apressadas e impensadas improvisações, seriam magníficos.

O Brasil vivia o período pré-eleitoral e isso parece ter subido à cabeça da equipe governamental. A súbita popularidade adquirida junto à população cegou nossos dirigentes, que não fizeram as indispensáveis correções que o programa decretado em 28 de fevereiro de 1986 requeria. E o barco começou a fazer água.

Quem tinha mais recursos, e que, portanto, investiu o seu próprio capital, pressentiu a débâcle e teve condições de se acautelar. Desmobilizou setores inteiros de suas fábricas, dispensou pessoal e tornou a jogar seu rico dinheirinho na jogatina financeira.

As dispensas não se refletiram nas taxas de desemprego, porque os grandes empregadores sempre foram os microempresários (pelo menos em volume). E estes continuaram confiando no governo até o fim.

E no que resultou essa confiança? Eles foram “apunhalados” pelas costas. Em questão de dias, os juros enlouqueceram. Os compromissos a pagar multiplicaram-se por mil, enquanto que os rendimentos ficaram fixos, congelados. E um magnífico esforço de redenção econômica nacional foi transformado por um conjunto de pacotes desastrados num doloroso pesadelo para estes brasileiros que mereceriam estátuas em praça pública e nunca protestos, concordatas, falências e execuções. Como evitar, pois, uma recessão numa circunstância dessas?!

(Artigo publicado na página 2, Opinião, do Correio Popular, em 8 de março de 1987).


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O terror dos estudantes


Pedro J. Bondaczuk

A Matemática é o terror de estudantes de vários níveis de ensino, a despeito de sua tremenda importância e de ter sido uma das primeiras (se é que não foi a primeira) manifestações de racionalidade do bicho homem. Claro que não são todos os que têm dificuldades de entender (e de aprender a usar) essa importante disciplina, a verdadeira “mãe de todas as ciências”, indispensável à nossa vida prática em todas as instâncias. Sequer se pode garantir que seja a maioria que se dê mal com ela, embora haja fortes evidências disso. Utilizamos a Matemática a cada passo do nosso cotidiano, do despertar ao momento de nos recolhermos para dormir, mesmo que não nos demos conta dessa utilização.

Claro que não se exige, para tal, que sejamos matemáticos brilhantes, sumidades dessa disciplina, gênios com Albert Einstein, por exemplo, que dominem, com toda a facilidade e rigor, conceitos sofisticados de trigonometria, de logaritimos, de limites e derivadas, equações complexíssimas de primeiro e segundo graus e vai por aí afora. Mas se não quisermos ser logrados a todo o momento no dia a dia, devemos conhecer, pelo menos, o elementar: as quatro operações aritméticas simples. Só assim saberemos, no mínimo, receber o troco correto, sem erros, ao pagarmos nossas contas e outras tantas básicas coisinhas mais. Há quem não domine nem isso. E onde reside o problema? Na complexidade da matéria ou na maneira dela ser ensinada?

Bem, simples, propriamente, a Matemática não é, mas também não é nenhum bicho de sete cabeças, desde que estudada com método, concentração e disciplina. Por se tratar de “ciência exata”, não admite enganos. Basta você fazer uma proposição errada, ou, numa equação, trocar o sinal de mais por menos, para obter resultado distante mil anos-luz da correção. Afinal, um trabalho matemático consiste na procura de padrões (e estes têm que ser rigorosamente exatos), formular conjecturas pertinentes e, mediante deduções rigorosas a partir de axiomas e definições, estabelecer novos resultados. Boa parte dos professores da matéria complica na sua exposição, utilizando métodos equivocados, de pouca ou nenhuma didática, em vez de buscar caminhos óbvios para o entendimento dos alunos.

Por exemplo, em vez de ensinarem seus pupilos a deduzirem as principais fórmulas, apresentam-nas já prontas e exigem que estes as “decorem”. Na hora de aplicá-las, os atarantados alunos, certamente, irão vacilar, por não entenderem sua origem e, por conseqüência, sua importância. Essa é somente uma das tantas falhas cometidas pelos mestres dessa disciplina. E elas acendem às dezenas, centenas, quiçá às milhares. A Matemática, na verdade, pode ser o que de fato é. Ou seja, um delicioso exercício de lógica e de racionalidade. Desde que a pessoa domine suas regras, transforma-se em algo lúdico e agradável. O que? Você duvida! Em caso afirmativo, ouso dizer que você aprendeu (se é que aprendeu mesmo) essa disciplina de modo completamente errado.

Sem querer posar de sabichão (o que não sou), a Matemática é, para mim, um dos exercícios de concentração e de lógica mais agradáveis que conheço. Tive a sorte de, desde o antigo primário até a faculdade, ter professores esclarecidos e competentes, interessados, de verdade, em ensinar, e não em exibir sua erudição e nem em utilizar a matéria como forma de exorbitar de seu poder, mediante ameaças de reprovação. Tenho, em minha biblioteca, um bom número de livros de exercícios matemáticos, a maioria com questões de vestibulares das mais renomadas faculdades de engenharia do País, com os quais me “diverti”, por opção pessoal, por anos, resolvendo esses problemas. Quando jovem, morador de uma república no distrito de Barão Geraldo, em Campinas, foram inúmeros os domingos e feriados que preenchi, solucionando questões matemáticas, sem ser obrigado por ninguém a fazê-lo, simplesmente como forma de lazer, como maneira fascinante de preencher meu tempo livre, intercalando essa atividade com palavras cruzadas e com charadas, dois outros dos meus hobbies preferidos.

Não preciso nem dizer que fui mal interpretado pelos colegas de moradia. Era chamado, jocosamente, de Dr. Silvania (o cientista maluco, vilão das histórias do Capitão Marvel), de “gênio aloprado” ou, simplesmente, de Doidão. Esses apelidos nunca me incomodaram. Não raro, até me envaideceram, ora bolas! À exceção das quatro operações elementares, da porcentagem, das regras de três (simples e compostas), das proporções e razões (creio quer não esqueci nada), nunca utilizei e nem utilizo, na prática, os princípios matemáticos que aprendi e que tanto treinei. A profissão que exerço há décadas, o jornalismo, jamais me exigiu esse conhecimento. Ainda assim, ao contrário do que muitos ainda dizem, os tantos dias em que me debrucei sobre complexos problemas matemáticos não foram, em absoluto, perda de tempo. Muito pelo contrário. Considero-os utilíssimos, por me “treinarem” a raciocinar com método, com disciplina e com rigor.   


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Tuesday, November 29, 2016

CORREMOS ATRÁS DE SOMBRAS E NÃO PERCEBEMOS A SUBSTÂNCIA

O mundo não é mau, como ouvimos e lemos amiúde, desde tenra infância. A existência não é ruim, não é o vale de dores e de lágrimas que tanto dizem (embora, às vezes, possa até ser), e como asseguram, sobretudo, furibundos e fanáticos pregadores ascéticos. A felicidade não é uma ocorrência rara e virtualmente ilusória. Nós é que complicamos a vida. Nossa vaidade, nossa arrogância e nossa prepotência contra o próximo é que, como a mola, voltam para nós com a mesma força com que as destinamos aos outros e nos oprimem, machucam e humilham. Corremos o tempo todo atrás de sombras e não percebemos a substância parada bem diante dos nossos narizes, como já escrevi inúmeras vezes ao tratar deste e de outros temas. Há pessoas que deixam de usufruir a felicidade por não a saberem sequer identificar. Contam, por exemplo, com uma família unida e amorosa; são cercadas de afeto de múltiplos amigos, mas não sabem dar valor a esse magno privilégio, alheias ao fato de que a maioria não conta com essa bênção. Apostam na infelicidade e findam por, de fato, serem infelizes.


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Quem são os loucos?



Pedro J. Bondaczuk


A classificação para classificar a esquizofrenia, na União Soviética, explica porque tantas pessoas nesse país vão parar em sanatórios psiquiátricos, embora sejam perfeitamente sadias. Daí concluir-se que quem deveria ser internado (se possível manietado por uma camisa-de-força) seria, exatamente, quem a elaborou. Principalmente porque se percebe o motivo que existiu por trás de tamanha elasticidade: manter a elite pensante do país –  capaz de contestar e de denunciar as mazelas dos burocratas do Partido Comunista – permanentemente atemorizada com a possibilidade de ser “sepultada” viva nessas casas, que se assemelham ao Inferno de Dante Aligheri. Só falta a inscrição que o poeta colocou em seu Hades: “Deixai aqui todas as vossas esperanças”.

Aliás, a própria psiquiatria clássica, hoje em dia, é passiva de reproche, pela maneira precipitada com que age em determinados casos, no diagnóstico desse distúrbio mental. Profissionais presos a um dogmatismo rançoso perdem, em determinado momento, até a sensibilidade para distinguir o que, por si só, já é bastante vago: o que é normal e o que é anormal.

O psiquiatra escocês, Ronald David Laing, em entrevista publicada pela revista “Visão”, em 31 de maio de 1978, observou, a esse respeito: “A pessoa que de repente não quer mais corresponder à imagem que a família ou o meio social lhe impingiu, refugia-se no irreal, no imaginário, torna-se um esquizofrênico”.

O meio, portanto, exerce pesada influência nos casos reais da doença. Imagine o leitor quando tais critérios são definidos por cínicos, que pretendem manter um determinado sistema, a todo o custo! Altera-se tudo! O normal recebe o rótulo da anormalidade e vice-versa, confirmando o dito popular que diz que “os loucos são aqueles que permanecem do lado de fora dos hospícios”.

Laing observou que “uma palavra pode matar uma pessoa. Uma simples palavra colocada no lugar certo, no momento certo, pode mudar toda uma vida”. Essa observação encaixa-se, como uma luva, no caso soviético, onde um burocrata ineficiente e parasita pode determinar se alguém estará “morto” para sempre no convívio social, tendo à testa o rótulo de “incapaz mentalmente” ou não.

Se, como afirma o psiquiatra escocês, “sanidade e loucura são estabelecidas pelo grau de dissociação existente entre duas ou mais pessoas”, os criadores dos gulags na União Soviética sempre foram, e sempre serão, uns rematados esquizofrênicos. Afinal, eles é que vivem em um mundo de fantasias e não os sofridos intelectuais soviéticos.

(Artigo publicado na página 12, Internacional, do Correio Popular, em 12 de novembro de 1987)


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Surpresas da vida


Pedro J. Bondaczuk


A vida nos apresenta, amiúde, surpresas de todos os tipos e intensidades, algumas boas, outras ruins e outras, ainda, indiferentes. Há, por exemplo, uma diferença enorme entre o que planejamos, em termos de profissão, amores etc. e o que, de fato, conquistamos. Muita gente que sonhava em ser médico, por exemplo, termina no jornalismo (é o meu caso). Outros, que queriam ser jogadores de futebol profissional, têm que se contentar com um empreguinho burocrático, atrás de uma escrivaninha. Outros, ainda, nem essa sorte têm. E vai por aí afora.

Direcionamos nossos passos não tanto pelo que planejamos, mas ao sabor dos acontecimentos que, ademais, em sua maioria, são aleatórios e independem da nossa iniciativa. Poucos, pouquíssimos dos nossos planos são bem-sucedidos e se concretizam exatamente da forma com que foram elaborados.

Consultando meu arquivo de recortes, topei com a seguinte notícia, publicada no jornal Correio Popular de Campinas, em 26 de janeiro de 2004, que guardei para comentar oportunamente, e que ilustra, a caráter, essa questão das surpresas da vida: “Um homem que ganhou US$ 57 mil em uma loteria do Estado norte-americano de Indiana, na quinta-feira (22 de janeiro), morreu horas depois de receber o prêmio, ao ser atropelado por uma caminhonete. O programa de televisão apresentando Carl D. Atwood, de 73 anos, como vencedor da loteria ‘Hooster Millionaire’ foi levado ao ar na noite de sábado a pedido da família, informou Jack Ross, diretor da loteria. A transmissão foi concluída com uma foto de Atwood acompanhada pelo texto: ‘em memória de Carl Atwood’. Atwood ganhou o prêmio na quinta-feira, durante um programa de duas horas gravado em Indianápolis. Horas mais tarde, ele foi atropelado por uma caminhonete quando caminhava pelas ruas de Elwood, onde morava, até a loja onde comprou o bilhete premiado”.

O leitor atento certamente percebeu a ironia que há por trás dessa história real, que supera, em muito, qualquer ficção em termos de desfecho surpreendente. Milhares de fatos semelhantes ocorrem, todos os dias, mundo afora, com final idêntico ou até mais insólito. Todos estamos sujeitos a surpresas tão dramáticas (e até extremas), que ocorram à nossa revelia, sem que tenhamos condições de sequer reagir, quanto mais nos prevenir.

O senhor Atwood, certamente, deve ter sido um sujeito equilibrado, trabalhador, bom marido e pai, que, como todos nós, tinha lá os seus sonhos. Afinal, quem nunca sonhou com uma pequena fortuna que lhe caia subitamente nas mãos, quando menos espere, originária de uma herança ou, como no presente caso, de um bilhete premiado? Da minha parte confesso que se trata de sonho até recorrente. Herdar, é verdade, não herdarei nada de ninguém, com absoluta certeza. Não tenho nenhum parente rico que goste tanto de mim a ponto de me legar, de mão beijada, tudo o que amealhou em vida.

Todavia, volta e meia, aposto na Megasena, na Timemania e em tantas outras loterias – neste nosso País em que o jogo é (oficialmente) proibido, mas onde há tanta jogatina –, na esperança de um dia vir a ser bafejado pela sorte. O senhor Atwood, com certeza, não foi diferente. Embora a notícia não revele, esta não deve ter sido a primeira vez que adquiriu bilhete dessa loteria tão famosa em seu Estado.

E quantos planos não terá esse ancião, bem-vivido, do alto dos seus 73 anos de idade, feito ao sair da casa lotérica?! Claro que não sabia, e provavelmente, sequer intuía que ali estivesse a realização de um sonho. Em que gastaria o dinheiro? Na compra ou reforma de uma casa? Na aquisição de um carro do modelo do ano? Para financiar os estudos dos netos? Para comprar alguma propriedade na Flórida, num desses tantos condomínios de luxo, voltados para aposentados, nesse Estado de muito sol e calor, objetivo de um em cada dez norte-americanos idosos? Pode ser que fosse tudo isso. Pode ser que não fosse nada disso.  

E a vida trouxe, em vez de uma, logo duas grandes surpresas ao senhor Atwood. A primeira foi, sem dúvida, a da euforia de ter, finalmente, em mãos, uma pequena fortuna. A segunda... foi fatal! Convenhamos, US$ 57 mil não é tanto dinheiro assim que garanta a independência financeira de quem quer que seja. Todavia, ganha, sem precisar fazer nada em troca, não é quantia a ser desprezada. Calculo, pois, a euforia que o ancião sentiu ao saber que fora o premiado. 

Diz a notícia que o velhinho foi atropelado numa rua de Elwood, onde morava, quando se dirigia para a casa lotérica. Se, em vez dessa caminhada, fosse para casa, curtir com a família a euforia de ter sido premiado, certamente ainda estaria vivo e em condições, portanto, de gozar da pequena fortuna que tão subitamente lhe caíra nas mãos.

Mas... o senhor Atwood era uma pessoa grata. Provavelmente, pretendia recompensar o funcionário da casa lotérica que lhe vendera o tal bilhete sorteado. Foi quando a vida lhe aprontou a maior, a derradeira, a definitiva das surpresas, representada por uma caminhonete desgovernada, que pôs fim aos seus sonhos, ilusões, venturas e desventuras. Irônico, não é mesmo? Irônico e, sobretudo, trágico! 



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Monday, November 28, 2016

A FELICIDADE É UM CONCEITO, UMA POSTURA, UM COMPORTAMENTO

A felicidade, ao contrário do que muitos pensam, não consiste na posse de bens materiais (embora estes contribuam para ela) e nem na companhia de pessoas que os sirvam e bajulem (apesar de não se dever descartar-se delas também). Estes até podem ser fatores que contribuam para que sejamos felizes. Mas, sozinhos... não nos proporcionam essa desejada bem-aventurança. A felicidade, insisto, não é nada concreto, visível ou palpável. É, reitero, um conceito, uma postura, um comportamento. É, por exemplo, a satisfação com o que se tem. É a alegria com as aparentemente pequenas coisas da vida que, no entanto, são as que realmente contam. É saber se emocionar com o nascer e o pôr-do-sol, o desabrochar de uma flor, o sorriso de uma criança e, sobretudo, é nutrir genuína gratidão pelo privilégio de viver. Muitos não nutrem e alguns vão ao extremo de tentar abreviá-la.  


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