Qual a finalidade da
Grande Pirâmide?
Pedro
J. Bondaczuk
As obras materiais, diz
a lógica, são produzidas com alguma finalidade, não importa qual. Ninguém,
com mínimo de bom senso, aplica tempo e
dinheiro por nada. Geralmente, quem as realiza tem algum objetivo e a
realização tem lá sua finalidade, seja de que natureza for. Imaginem quando se
trata de uma megaconstrução, como a Grande Pirâmide do Cairo, com seus 146,60
metros de altura, equivalente a um edifício de 45 andares. Quem a planejou e
comandou sua execução tinha um objetivo em mente. Qual era? O de se constituir,
tão somente, em um monumento? Para servir de túmulo a um governante de extrema
vaidade, julgado e que se julgava deus? Queops teria sido erigida com a
finalidade de ser um templo dedicado ao Sol, considerado divindade? Este é um
dos tantos mistérios que cercam essa pirâmide e que vem desafiando as mentes
mais lúcidas e brilhantes ao longo de milênios.
A teoria mais aceita na
atualidade é a de que a Grande Pirâmide (assim como tantas outras) se
destinava, de fato, a servir de sepultura a um certo faraó chamado Khufu. Não
consigo acreditar, todavia, nessa hipótese, que me parece absurda. A lógica diz
que ninguém, em sã consciência, no pleno gozo de seu juízo, acredita que um
governante, por mais vaidoso e tirânico que pudesse ser, iria comandar um
empreendimento de tamanha monta, empregando mais de cem mil trabalhadores e por
vinte anos consecutivos ou mais para erguer edificação de tamanho porte – que
ainda hoje, em pleno século XXI do
terceiro milênio da Era Cristã situa-se entre os trinta ou quarenta maiores
edifícios do mundo – apenas, e tão somente, para receber seus restos mortais.
Definitivamente não
consigo acreditar que a Grande Pirâmide foi construída para isso. Ou seja, para
servir de sepultura desse ou de qualquer outro faraó. Já que essa estapafúrdia
teoria sobre a finalidade da sólida megaconstrução é a mais aceita, e que não
há a mínima prova a respeito, concluo que se trata só de especulação e nada
mais. E fantasia por fantasia, tenho o direito de ter a minha e de dar asas à
imaginação, especulando outras hipóteses. Entendo que o mais provável é que
essa obra tenha sido construída com fins religiosos pelos sobreviventes
atlântidas, os que escaparam da catástrofe que submergiu no Atlântico seu
continente. Estes, conforme demonstra a raiz dos ritos dos maias e dos aztecas
(seus prováveis descendentes), adoravam a luz, representada, principalmente,
pelo Sol. Daí a pirâmide de Queops originalmente ter sido tão brilhante, com
suas paredes externas, revestidas de um calcário branco especial, fazendo o
papel de um mega-espelho refletor, que a tornava visível em todo o mundo
civilizado de então.
Existem, todavia,
muitas outras teorias, algumas até bastante lógicas, sobre a finalidade da
Grande Pirâmide. Paul Brunton, no livro “Egito secreto”, faz o seguinte e
pitoresco relato: “Quando Napoleão invadiu o Egito, levou consigo os técnicos
que, recebendo o encargo de traçar o mapa do país, tomaram a Grande Pirâmide
como o meridiano do qual marcaram as longitudes. Depois de haver delineado o
mapa do Baixo Egito, ficaram surpresos pela coincidência aparente de passar o
meridiano escolhido exatamente no centro da região do Delta formado pela
desembocadura do Nilo, cortando todo o Baixo Egito em duas partes iguais. Maior
ainda foi sua surpresa quando comprovaram que traçando a partir da Pirâmide
duas linhas diagonais perpendiculares entre si, delimitavam toda a região do
Delta. Ficaram completamente estupefatos quando, depois de um exame acurado,
reconheceram que a posição da Grande Pirâmide podia ser aproveitada como
meridiano central não somente para o Egito, mas para todo o orbe terrestre,
porque a Grande Pirâmide se ergue exatamente no meridiano do mapa-mundi”.
Para alguns, as
pirâmides (principalmente a de Queops) foram construídas com a finalidade de
serem observatórios astronômicos. Não me parece provável, porém, que se
despendessem tantos esforços e recursos para um fim que poderia ser satisfeito
por meios infinitamente mais baratos e simples. Um chefe de engenharia de uma
estrada de ferro australiana tentou provar que o objetivo dessas obras era seu
uso em agrimensura. Sua teoria, obviamente, não prosperou. Há quem diga que
Queops, pelo seu formato piramidal, tinha por finalidade acumular energia
cósmica, principalmente para uso médico. Outros garantem que se trata de
gigantesco e arcaico supercomputador, o mais antigo precursor dos atuais cérebros
eletrônicos.
Até mesmo uma espécie
de mensagem em pedra para gerações futuras (ou seja, nós) já foi vislumbrada na
Grande Pirâmide. A esse propósito, Paul Brunton observou: “Segundo essas
teorias, as medidas internas da Grande Pirâmide teriam um significado todo
especial: afirmam seus defensores que as câmaras, os corredores e as galerias
contêm um texto simbólico e a profecia relativa à nossa época atual clamando
haver as chaves mestras para decifrar essa mensagem. Comprimento, largura e
altura seriam os mudos vaticínios de uma nova e terrível hecatombe. Os autores
da teoria manejam com incrível destreza as figuras e cifras, numa estranha
mescla, e positivam eles os fatos
históricos da raça anglo-saxônica, das tribos perdidas de Israel, diversos
livros da Bíblia e primitivos egípcios, atribuindo-os aos seus cálculos”.
Para os gregos, a
pirâmide de Queops foi construída para servir de farol para a navegação no
Mediterrâneo, já que sua intensa luminosidade seria visível num raio de
milhares de quilômetros. Conforme vários historiadores, a gigantesca estrutura
acumulava tamanha energia a ponto de conservar luminosidade durante a noite e
por dias e dias sem sol, como as modernas baterias solares. Como se vê, teorias
existem em profusão, a maioria com certa dose de lógica, para explicar e
justificar essa maravilha das maravilhas, cujos mistérios seguem desafiando
historiadores, egiptólogos, arqueólogos e pesquisadores das mais diversas áreas
do conhecimento humano.
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