Tuesday, November 18, 2014

Escritora que esbanja empatia

Pedro J. Bondaczuk

A escritora catarinense Urda Alice Klueger conquistou-me de vez por sua sensibilidade, inteligência e capacidade literária. Tornei-me seu leitor compulsivo e mais, seu admirador incondicional. A rigor, não demorou nada para que isso acontecesse. Bastou ler pela primeira vez um texto dela para querer ler outro, e mais outro, e mais outro e vai por aí adiante. Essa compulsão não passou. Na verdade, só cresceu. E à medida que lia suas crônicas memorialísticas, ou relatos de viagem, ou mesmo considerações de caráter político, meu encantamento por sua escrita só crescia. Urda tem uma característica (cada vez mais rara em escritores) que a identifica: a empatia. Os temas de que trata, e a abordagem que faz deles, nos convencem de imediato. Como se dá essa magia? Não sei explicar. O fato é que ela nos acumplicia com a maior facilidade. Basta, tão somente, que leiamos o que escreve.

Meu primeiro contato com seus textos se deu há quatro ou cinco anos, não tenho certeza. Desde então, minha admiração por essa historiadora, sobretudo escritora, só cresceu. Continua crescendo. Prova é que já tive o privilégio e a honra de publicar, no Literário, 255 textos dela, em 255 sábados consecutivos, sem falhar um único. Como se vê, não sou mais “marinheiro de primeira viagem” no que diz respeito à apreciação de sua obra. Um de seus livros de maior sucesso, o romance “Verde Vale” (já em décima edição), mexeu, particularmente, comigo. Concluí sua leitura profundamente comovido, com lágrimas nos olhos. O relato que ela fez, da saga dos alemães, pioneiros na fundação de Blumenau, remeteu-me à infância, na minha Horizontina natal. Identifiquei, em seus personagens, sobretudo nos membros da família Sonen, figuras sumamente familiares, só que de procedência russa e não germânica (como os da sua narrativa), que deram vida à cidadezinha do noroeste do Rio Grande do Sul em que nasci. Lembraram, sobretudo meu avô, meus tios e meus primos, além dos meus pais, claro.

A sequência desse romance de tirar o fôlego, “No tempo das tangerinas” (cuja décima segunda edição foi lançada recentemente), teve, sobre mim, efeito semelhante. Tornei-me, quase sem perceber, seu “cúmplice” nessas duas histórias. É o efeito da empatia que Urda desperta. E por que estou escrevendo tudo isso? Porque essa escritora prolífica e tão hábil está prestes a lançar seu trigésimo terceiro livro. Em texto anterior que escrevi a seu respeito enganei-me ao quantificar o montante da sua obra. Afirmei que ela havia publicado quinze livros. Na verdade, foram mais do que o dobro dessa cifra. Com a nova publicação, já serão trinta e três! Nada mau, não é mesmo?

O novo livro de Urda trata de algo que também me apaixona, e muito: a “amizade” que estabelecemos com animais domésticos. Já tive cães e gatos que considerei (pois de fato eram) membros da minha família. Ainda não me refiz, por exemplo, da morte do meu amigão  de quatro patas, o “Nick”, um Poodle “Toy”, branquinho, que morreu há pouco mais de um ano, de velhice. Ficou conosco por catorze anos, brindando-nos com amor irrestrito, raríssimo de se ver em humanos dada sua constância e fidelidade. Quanto a gatos, tenho, atualmente, sete (já tive muitos mais), Cada um tem “personalidade” única, caprichos e hábitos peculiares, maneiras próprias de nos dedicar afeição. Mas todos, óbvio, são muito queridos.

O novo livro de Urda, que será lançado, oficialmente, em Blumenau, no próximo dia 3 de dezembro de 2014, intitula-se “Nossa família aumentou”. Ela, que em 2010 já havia nos apresentado seu cãozinho muito especial, na publicação “Meu cachorro Atahualpa”, agora apresenta novo membro de seu “clã”: uma gatinha recém-chegada, que modificou (para melhor, sem dúvida) sua rotina de vida e, sobretudo, sua estrutura familiar. Estou certo de que, a exemplo dos outros livros, este também (lançado pela Editora Hemisfério Sul Ltda) será estrondoso sucesso. O que é bom tem que ser prestigiado. E Urda Alice Klueger merece um superlativo: é excelente!!!


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