Escritora que esbanja
empatia
Pedro
J. Bondaczuk
A escritora catarinense
Urda Alice Klueger conquistou-me de vez por sua sensibilidade, inteligência e
capacidade literária. Tornei-me seu leitor compulsivo e mais, seu admirador
incondicional. A rigor, não demorou nada para que isso acontecesse. Bastou ler
pela primeira vez um texto dela para querer ler outro, e mais outro, e mais
outro e vai por aí adiante. Essa compulsão não passou. Na verdade, só cresceu.
E à medida que lia suas crônicas memorialísticas, ou relatos de viagem, ou
mesmo considerações de caráter político, meu encantamento por sua escrita só
crescia. Urda tem uma característica (cada vez mais rara em escritores) que a
identifica: a empatia. Os temas de que trata, e a abordagem que faz deles, nos
convencem de imediato. Como se dá essa magia? Não sei explicar. O fato é que
ela nos acumplicia com a maior facilidade. Basta, tão somente, que leiamos o
que escreve.
Meu primeiro contato
com seus textos se deu há quatro ou cinco anos, não tenho certeza. Desde então,
minha admiração por essa historiadora, sobretudo escritora, só cresceu. Continua
crescendo. Prova é que já tive o privilégio e a honra de publicar, no
Literário, 255 textos dela, em 255 sábados consecutivos, sem falhar um único.
Como se vê, não sou mais “marinheiro de primeira viagem” no que diz respeito à
apreciação de sua obra. Um de seus livros de maior sucesso, o romance “Verde
Vale” (já em décima edição), mexeu, particularmente, comigo. Concluí sua
leitura profundamente comovido, com lágrimas nos olhos. O relato que ela fez,
da saga dos alemães, pioneiros na fundação de Blumenau, remeteu-me à infância,
na minha Horizontina natal. Identifiquei, em seus personagens, sobretudo nos
membros da família Sonen, figuras sumamente familiares, só que de procedência
russa e não germânica (como os da sua narrativa), que deram vida à cidadezinha
do noroeste do Rio Grande do Sul em que nasci. Lembraram, sobretudo meu avô,
meus tios e meus primos, além dos meus pais, claro.
A sequência desse
romance de tirar o fôlego, “No tempo das tangerinas” (cuja décima segunda
edição foi lançada recentemente), teve, sobre mim, efeito semelhante.
Tornei-me, quase sem perceber, seu “cúmplice” nessas duas histórias. É o efeito
da empatia que Urda desperta. E por que estou escrevendo tudo isso? Porque essa
escritora prolífica e tão hábil está prestes a lançar seu trigésimo terceiro
livro. Em texto anterior que escrevi a seu respeito enganei-me ao quantificar o
montante da sua obra. Afirmei que ela havia publicado quinze livros. Na
verdade, foram mais do que o dobro dessa cifra. Com a nova publicação, já serão
trinta e três! Nada mau, não é mesmo?
O novo livro de Urda
trata de algo que também me apaixona, e muito: a “amizade” que estabelecemos
com animais domésticos. Já tive cães e gatos que considerei (pois de fato eram)
membros da minha família. Ainda não me refiz, por exemplo, da morte do meu
amigão de quatro patas, o “Nick”, um
Poodle “Toy”, branquinho, que morreu há pouco mais de um ano, de velhice. Ficou
conosco por catorze anos, brindando-nos com amor irrestrito, raríssimo de se
ver em humanos dada sua constância e fidelidade. Quanto a gatos, tenho,
atualmente, sete (já tive muitos mais), Cada um tem “personalidade” única,
caprichos e hábitos peculiares, maneiras próprias de nos dedicar afeição. Mas
todos, óbvio, são muito queridos.
O novo livro de Urda, que
será lançado, oficialmente, em Blumenau, no próximo dia 3 de dezembro de 2014,
intitula-se “Nossa família aumentou”. Ela, que em 2010 já havia nos apresentado
seu cãozinho muito especial, na publicação “Meu cachorro Atahualpa”, agora
apresenta novo membro de seu “clã”: uma gatinha recém-chegada, que modificou
(para melhor, sem dúvida) sua rotina de vida e, sobretudo, sua estrutura
familiar. Estou certo de que, a exemplo dos outros livros, este também (lançado
pela Editora Hemisfério Sul Ltda) será estrondoso sucesso. O que é bom tem que
ser prestigiado. E Urda Alice Klueger merece um superlativo: é excelente!!!
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