Ternamente
Pedro J. Bondaczuk
Ternamente,
tome, de
minhas mãos,
a dádiva rubra
que um dia,
com devoção,
guardei para
lhe dar
ternamente.
Ternamente,
lance luz na
minha alma,
varrendo o pó
e a sujeira
que se
acumulam no chão.
Conserte as
paredes que ruem,
depredadas
pelo Tempo,
marcadas pelo
desgosto,
borradas de
solidão.
Fale-me de
flores,
mostre-me
flores,
oferte-me
flores.
Seja, você
também,
uma flor rubra
de carinhos e
de sonho,
assim, de
mansinho,
ternamente.
Ternamente,
acompanhe meus
passos,
vacilantes e
incertos,
pelos campos
abertos da noite,
para colhermos
estrelas,
de ilusão e de
fantasia,
assim, com
carinho,
ternamente.
Ternamente,
da nossa
imensa dor,
sublimada,
tornada luz,
reproduzamos o
infinito
no milagre
misterioso
da
multiplicação,
assim, com
amor,
ternamente.
(Poema composto em Campinas, em 9 de
abril de 1967).
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