Monday, September 12, 2016

EUA reincidem em erros


Pedro J. Bondaczuk


O mesmo erro que os EUA cometeram em 1959, em Cuba, está sendo repetido por seu governo na Nicarágua e em El Salvador. Quando o ditador cubano Fulgêncio Batista, sentindo que não tinha mais condições de se sustentar no poder, fugiu do país, no dia 1º de janeiro daquele ano e, antes que Fidel Castro entrasse em Havana (o que aconteceu apenas uma semana depois), vários líderes castristas empreenderam contatos com o governo do general Dwight Eisenhower, buscando auxílio para a reconstrução nacional.

Castro, ao assumir o poder, em 16 de fevereiro de 1959, também apelou por apoio. Tudo em vão. Os norte-americanos preferiram apostar em grupos oposicionistas cubanos e acabaram, na verdade, jogando Cuba, graciosamente, no colo dos soviéticos. Foi um grotesco erro de avaliação política.

Atualmente, a história se repete, dolorosamente, demonstrando que a lição está muito longe de ser aprendida, em relação a El Salvador e à Nicarágua. Os salvadorenhos amargam, praticamente, cinco longos anos de guerra civil, que vem desorganizando aquele país como sociedade nacional.

E o fiasco dos representantes das 21 famílias, que detêm a quase totalidade das (parcas) riquezas salvadorenhas, tem sido financiado pela Casa Branca, com um trágico saldo de mortes, destruição e falta de uma perspectiva para o futuro, que tendem a se acentuar.

O mesmo acontece em relação à Nicarágua, onde até uma lei norte-americana interna, a de neutralidade, foi desrespeitada e atos de sabotagem foram cometidos por agentes da CIA, com o aval do próprio presidente Ronald Reagan. A quem interessa a manutenção do status quo centro-americano? E por que? Ao povo da região é que não é!

(Artigo publicado na página 8, Internacional, do Correio Popular, em 13 de abril de 1984)

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