EUA
reincidem em erros
Pedro J. Bondaczuk
O mesmo erro que os EUA cometeram em 1959, em Cuba,
está sendo repetido por seu governo na Nicarágua e em El Salvador. Quando o
ditador cubano Fulgêncio Batista, sentindo que não tinha mais condições de se
sustentar no poder, fugiu do país, no dia 1º de janeiro daquele ano e, antes
que Fidel Castro entrasse em Havana (o que aconteceu apenas uma semana depois),
vários líderes castristas empreenderam contatos com o governo do general Dwight
Eisenhower, buscando auxílio para a reconstrução nacional.
Castro, ao assumir o poder, em 16 de fevereiro de
1959, também apelou por apoio. Tudo em vão. Os norte-americanos preferiram
apostar em grupos oposicionistas cubanos e acabaram, na verdade, jogando Cuba,
graciosamente, no colo dos soviéticos. Foi um grotesco erro de avaliação
política.
Atualmente, a história se repete, dolorosamente,
demonstrando que a lição está muito longe de ser aprendida, em relação a El
Salvador e à Nicarágua. Os salvadorenhos amargam, praticamente, cinco longos
anos de guerra civil, que vem desorganizando aquele país como sociedade
nacional.
E o fiasco dos representantes das 21 famílias, que
detêm a quase totalidade das (parcas) riquezas salvadorenhas, tem sido
financiado pela Casa Branca, com um trágico saldo de mortes, destruição e falta
de uma perspectiva para o futuro, que tendem a se acentuar.
O mesmo acontece em relação à Nicarágua, onde até
uma lei norte-americana interna, a de neutralidade, foi desrespeitada e atos de
sabotagem foram cometidos por agentes da CIA, com o aval do próprio presidente
Ronald Reagan. A quem interessa a manutenção do status quo centro-americano? E
por que? Ao povo da região é que não é!
(Artigo publicado na página 8, Internacional, do
Correio Popular, em 13 de abril de 1984)
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