Piracicaba
consolida-se como a capital do humor
Pedro J. Bondaczuk
A cidade de Piracicaba mantém, há muito, a hegemonia
nacional em termos de promoções de salões de humor. Nesse aspecto, pode-se
afirmar, não tem competidores. Nem São Paulo, nem Rio de Janeiro ou qualquer
outra metrópole brasileira conseguem lhe fazer sombra.
Há mais de 20 anos, a prefeitura piracicabana
promove consagrado evento do tipo, reunindo os maiores humoristas do mundo, o
que já se tornou presença obrigatória no calendário cultural do País. Trata-se,
portanto, de sucesso incontestável.
Agora, a cidade parte para a formação de futuros
astros dessa difícil arte de fazer rir através de charges, cartuns e desenhos.
A Universidade Metodista de Piracicaba (Unimep) promove, de 16 de maio próximo
a 3 de junho, o “4º Salão Universitário do Humor”.
Este ano, o concurso vai contar com uma atração a
mais – além, é claro, dos prêmios para os vencedores e do prestígio que uma
vitória em uma promoção do gênero representa: o júri será presidido por
Ziraldo, cartunista consagrado e que dispensa apresentações.
O fato de chegar à quarta edição, mostra que, a
exemplo do Salão Internacional do Humor, e guardadas as devidas proporções, o
da Unimep também já é um sucesso. Neste ano, aliás, há um ingrediente a mais
para os interessados neste gênero de arte.
Haverá um concurso voltado exclusivamente para
aqueles que, de alguma forma ou de outra, o apreciam, mas não o criam,
necessariamente. Ou seja, para os estudiosos, os críticos e os pesquisadores.
Trata-se do “1º Concurso Nacional de Monografias sobre o Humor”.
A prática comprovou que não há crítica – política,
econômica ou social, ou seja, de que natureza for – mais eficaz do que a que
provoca o riso. Essa espécie de apreciação de um fato ou de uma pessoa
conhecidos, age através do mecanismo da sugestão.
Critica-se promovendo a interação entre o crítico e
o público. Não é por acaso que o homem chegou a ser definido como “o animal que
ri”. O humor é uma forma inteligente de condenação ou de cobrança, por isso é
eficaz. Daí a razão de ter tamanho público.
Finalmente, como terceira novidade, haverá o “1º
Ciclo de Estudos sobre o Humor”. O acervo existente sobre o gênero é tão
extenso e a produção – nacional e internacional – é tão intensa, que há um
vasto campo para o pesquisador, com ramificações por outras disciplinas, como
sociologia, antropologia, ciência política etc.
(Artigo publicado na página 2, do caderno
Metropolitano, do Correio Popular, em 16 de março de 1995)
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