Tese
perigosa e insensata
Pedro J. Bondaczuk
Muito se fala, ultimamente, sobre mísseis
estratégicos, como se eles fossem menos destrutivos do que qualquer outra arma
nuclear. Não são! E já se levanta a perigosa tese da possibilidade de acontecer
uma guerra atômica restrita a uma só e determina região. Besteira! Perigosa
besteira!
Até cinco anos atrás, as armas nucleares eram
consideradas, pelas superpotências, como meros instrumentos de dissuasão. Isto
é, ambas as possuíam, mas não estavam dispostas a correr o risco de as usar
efetivamente. Tinham-nas apenas para se “assustar” reciprocamente.
Desgraçadamente, isso mudou!
Há algum tempo, determinados “iluminados” já admitem
um conflito nuclear limitado. Estes, todavia, deveriam ouvir o que um
experiente militar tem a dizer sobre o assunto. O referido expert, o almirante
norte-americano Gene La Roque, participou de inúmeras batalhas durante a
Segunda Guerra Mundial Portanto, sabe o
que diz.
Esse especialista em armamentos atômicos garante
que, militarmente, um confronto nuclear limitado não faz o mínimo sentido.
Explica que, no ardor da batalha, com ordens e contra-ordens se cruzando,
confusamente, no front, é impossível traçar limites para a destruição.
O argumento decisivo desse homem experiente e
sensato é que “afinal, nenhum exército faz uma guerra para empatar”. O
objetivo, lógico, é sempre buscar a vitória e a qualquer custo. Quem estiver em
desvantagem, fatalmente lançará um ataque total contra o adversário.
Portanto, se alguém ainda pensa em uma guerra
nuclear, chamada, eufemisticamente, de “estratégica”, esqueça. A menos que
queira, é claro, ser copartícipe do Apocalipse, fato que, se ocorrer, nem mesmo
terá registro, já que não sobrará ninguém vivo para registrar.
(Artigo publicado na página 11, Internacional, do
Correio Popular, em 17 de abril de 1984)
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