Domingo de festa
Pedro J. Bondaczuk
As
artimanhas da tabela da Copa do Mundo fizeram com que a seleção brasileira
tivesse, na fase final, um adversário que era previsível: a mesma Suécia com a
qual havia empatado, em 1 a 1, em 28 de junho passado, no Pontiac Silverdome de
Detroit.
Na
oportunidade, ocorreu a exibição mais criticada da equipe que, na opinião da
torcida e dos cronistas, teria jogado sem inspiração e nem brilho, quase
perdendo a invencibilidade, embora já classificada. Dois jogos depois, de ambos
os selecionados, fica a dúvida.
Teria
o Brasil, de fato, jogado mal naquela oportunidade, ou a Suécia é que possui um
sistema tático que impede qualquer adversário de jogar? Acreditamos que ocorreu
um pouco de cada coisa no jogo passado.
Encarar
esta partida das semifinais com excesso de otimismo, achando que agora será
mais fácil ganhar dos suecos, do que havia sido na fase de classificação,
seria, no mínimo, uma burrice, que acreditamos nem os jogadores e nem a
comissão técnica vão cometer.
Mas
a torcida pode manter otimismo. O sistema defensivo dos nossos adversários, que
tanta irritação causou aos brasileiros, está longe de ser invulnerável. Em
todos os seus jogos foi vazado, a despeito da ótima marcação que exerceu.
A
Suécia já sofreu sete gols nesta Copa, contando os dois do tempo normal e da
prorrogação da partida de domingo, contra a Romênia. Portanto, caso a seleção
brasileira jogue com a mesma garra e determinação que mostrou contra a Holanda,
especialmente no segundo tempo, terá pouco a perder. Claro que a vitória nunca
é uma garantia absoluta. Há, em cada jogo, o fator imponderável, que muitos
denominam de sorte e azar. É essa imprevisibilidade, aliás, que dá graça ao
futebol ou a qualquer outra competição.
O
mesmo palpite que tivemos desde antes do embarque do nosso selecionado para os
Estados Unidos, de que desta vez ninguém tiraria o tetra do Brasil, nos permite
achar que nosso adversário, na final de domingo, será o time italiano. E para
decidir o título.
Como
numa finalíssima todo e qualquer resquício de lógica que possa ainda
eventualmente existir no futebol --- se é que existe --- vai para o espaço,
resta apenas confiar na intuição, fazer a corrente positiva e esperar o apito
do árbitro encerrando o jogo.
Algo
me diz que este 17 de julho vai marcar uma das maiores festas populares que o
País já teve, superior, inclusive, à de 1970, já que agora somos 160
"milhões em ação". É só esperar para conferir.
(Artigo
publicado na página 2, do Caderno da Copa, do Correio Popular, em 12 de julho
de 1994).
Acompanhe-me pelo twitter: @bondaczuk
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