Monday, November 04, 2013

Abri as comportas

Pedro J. Bondaczuk

Abri as comportas. Jorram torrentes,
sangue, lágrimas, suor, sentimentos,
saudades, desilusões, lembranças, versos,
horas de angústia, jatos de esperança.

Projetos frustrados, conquistas vazias,
medíocres obras, ideais falidos,
desejos mesquinhos, cartas marcadas,
teorias, certezas, logias, especulações.

Amores, ódios, frustrações, rancores,
cadáveres insepultos, horrendos fantasmas,
delírios senis, sentimentos amargos,
confissões, sonhos, disfarces, dissimulações.

Tudo se mistura, cresce, pressiona, se avoluma,
impetuosas ondas, irresistível torrente,
pingam, rolam, escorrem, jorram,
versos, estrofes, poemas. Abri as comportas.

(Poema composto em Campinas, em 26 de fevereiro de 2007).

Acompanhem-me pelo twitter: @bondaczuk 


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