Abri as comportas
Pedro J. Bondaczuk
Abri as
comportas. Jorram torrentes,
sangue,
lágrimas, suor, sentimentos,
saudades,
desilusões, lembranças, versos,
horas de
angústia, jatos de esperança.
Projetos
frustrados, conquistas vazias,
medíocres
obras, ideais falidos,
desejos
mesquinhos, cartas marcadas,
teorias,
certezas, logias, especulações.
Amores, ódios,
frustrações, rancores,
cadáveres
insepultos, horrendos fantasmas,
delírios
senis, sentimentos amargos,
confissões,
sonhos, disfarces, dissimulações.
Tudo se
mistura, cresce, pressiona, se avoluma,
impetuosas
ondas, irresistível torrente,
pingam, rolam,
escorrem, jorram,
versos,
estrofes, poemas. Abri as comportas.
(Poema composto em Campinas,
em 26 de fevereiro de 2007).
Acompanhem-me pelo twitter: @bondaczuk
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