As maiores inimigas da
vida humana
Pedro
J. Bondaczuk
A quantidade de livros
que, de uma forma ou de outra, citam mortais – diria catastróficas – epidemias,
é tão grande, que daria para preencher uma biblioteca das mais alentadas, de
milhares e milhares e milhares de volumes e, ainda assim, a maioria das obras
do tipo, que já foram escritas, ouso afirmar, ficaria de fora. São tantas, que
não há quem consiga catalogar, digamos, 10%, se tanto, das que já foram
produzidas. As omissões, portanto, ficariam por conta do desconhecimento de
quem se propusesse a fazer esse tipo de levantamento. Ouso dizer que vírus e
bactérias causaram mais mortes de seres humanos, ao longo do tempo, do que
todas as guerras já travadas, que não foram poucas, somadas, responsáveis pela
morte possivelmente de bilhões. Foram inúmeras as ocasiões em que a peste
bubônica, o cólera morbus, a varíola, a febre amarela e tantas e tantas outras
epidemias quase extinguiram a espécie humana da face da Terra.
Vários fatores
contribuíram para que isso acontecesse. Pode-se citar, entre estes, a falta de
higiene das pessoas, uma alimentação inadequada e contaminada por agentes
patogênicos, total ignorância de medidas mínimas, elementares, de prevenção
mediante uma vida saudável e, sobretudo, do total desconhecimento dos agentes
causadores dessas “desgraças”. As epidemias,fosse qual fosse a doença, até
tempo relativamente recente, eram atribuídas exclusivamente a “castigos dos
deuses” (não importa a que divindade as pessoas as atribuíam). Eram
relacionadas com coisas que na verdade não têm nenhuma relação. A mais comum,
eram as passagens de cometas, tidas como anúncios de catástrofes e de
tragédias, entre as quais a peste. Se esses corpos celestes vindos dos confins
do Sistema Solar atingissem a Terra, até que esse pânico generalizado se
justificaria. Mas desde que o Homo Sapiens povoa o Planeta, não se tem notícia
de nenhum que tivesse colidido com nosso domo cósmico. Aliás, caso houvesse,
não restaria ninguém para relatar as conseqüências.
Bastava, porém, e não
faz muito tempo, que algum desses bólidos de gelo e poeira aparecesse no céu,
para que histéricas multidões lotassem templos e igrejas, das várias religiões
existentes, na tentativa de se “protegerem” da peste bubônica, do cólera, da
varíola etc.etc.etc., mediante preces, jejuns, autoflagelações, promessas
várias, procissões e súplicas ás divindades. Como nenhuma epidemia se
manifestasse após a passagem dos cometas, pois uma coisa não tem a mínima
relação com outra, atribuía-se o fato ao atendimento divino das preces. Muito
charlatão fez fama como “intercessor”, aproveitando-se da ignorância dos
crédulos.
A descoberta de vírus e
bactérias é coisa relativamente recente, de duzentos anos para cá, se tanto. E
mesmo com a miraculosa evolução das ciências biológicas, da Medicina, da
Farmacologia, das medidas de higiene, do saneamento, do tratamento da água e de
tantas outras medidas de prevenção (entre as quais, a vacinação), a humanidade
ainda não conseguiu se livrar desses flagelos, inclusive dos que há milênios
dizimam multidões (como a peste bubônica e o cólera). Isso, reitero, a despeito
dos recursos que a humanidade dispõe hoje, o que não passava na cabeça nem do
mais delirante sonhador dos nossos antepassados.Basta citar, como exemplo, o
que aconteceu no início do século XX, quando a gripe espanhola matou mais de
vinte milhões de pessoas mundo afora. Ou o que ocorreu (e ainda ocorre) com a
Síndrome de Imunodeficiência Adquirida, a Aids, que embora esteja relativamente
sob controle, já causou milhões de mortes e continua matando os que não adotam as
medidas de prevenção recomendadas. Ou a tragédia recentíssima causada pelo
Ébola, em várias regiões da África.
Além das doenças,
digamos, tradicionais, novas aparecem, volta e meia, e se tornam epidêmicas, em
decorrência da absurda devastação das florestas da Terra e cujo controle é
complicadíssimo, demandando, não raro, anos de pesquisa, para serem
controladas. E se eventualmente não forem? Essa é uma possibilidade que não
pode, jamais, ser desprezada. Ou pode? Daí muita gente (entre as quais me
incluo) entender que a maior ameaça à nossa espécie – entre as inúmeras
existentes, tão conhecidas de todos e tão reais que dispensam enunciação – é a
de alguma epidemia, que eventualmente fuja por completo ao controle, nos
elimine a todos.
Exagero? Longe disso! É
até possível que a ameaça maior, e que sequer cogitamos ou suspeitamos, se
trate de alguma “arma bacteriológica”, que cientistas insensatos e amorais (e
estejam certos que eles existem) pesquisem, financiados pelos impostos que
pagamos, ou que já tenham pesquisado, ou que ainda venham a pesquisar!!!. Nunca
se sabe! Por dinheiro, muitas pessoas já fizeram, fazem ou farão qualquer
coisa, por mais absurda, criminosa e irracional que seja. Inclusive criar
letais instrumentos que causem a eliminação de semelhantes, aí incluindo seus
ascendentes e descendentes, e elas próprias. Não se pode esquecer, jamais, das
hediondas experiências feitas por médicos e biólogos alemães, tendo
prisioneiros dos campos de concentração nazistas por cobaias. Imaginem se eles
tivessem criado uma arma bacteriológica! Se já aconteceu uma vez (aliás, mais
de uma, pois os japoneses fizeram coisa parecida na China, em 1937, quando
invadiram esse país), nada garante que nunca mais volte a acontecer a
utilização da ciência biológica para fins que não sejam exclusivamente para
debelar doenças. Afinal... a insensatez (e a cega cobiça) de muita gente
(infelizmente) não tem limites.
No comments:
Post a Comment