Acordei, dia desses, com
determinada música no ouvido, que insistia em vir à memória com força, o dia
todo, sem parar. Não se tratava de nenhum rock, ou aché ou algum desses tantos
ritmos exóticos (quando não ridículos) e caricatos da moda. Era melodia antiga,
antiqüíssima, de 1951, quando eu era um menino de oito anos de idade, com a
cabeça cheia de sonhos e o coração repleto de poesia. Aos poucos, também a letra
foi desfilando, nítida, completa, inteira, na memória, como se eu a tivesse
ouvido na véspera. Tratava-se de um baião, mas não de Luiz Gonzaga, como
poderia se pensar, mas de Hervê Cordovil, e que fez estrondoso sucesso na
época, gravado por um monte de cantores (não mencionarei nenhum, para não
cometer injustiças). Ouvi-a uma quantidade de vezes sem fim no rádio e nunca me
enjoei dessa música. A letra, em sua singeleza e brejeirice, é um delicado
poema de amor, delicioso para os ouvidos de quem, como eu, ama profundamente a
poesia. Não tem, como as de hoje, nenhuma alusão escatológica, que deixe nem
que remotamente implícito (como as atuais deixam) que o amor não passa de mera
relação sexual. Passa, evidentemente. É muito mais do que isso!!! Pobre de quem
não tem esse entendimento. E são muitos que não o têm, creiam-me!!! Sintam o
lirismo, o encanto, a brejeirice e o frescor da letra do baião “Esta noite
serenou”:
“Morena quem te contou
que esta noite serenou?
Eu, deitado no teu colo,
sereno não me molhou.
Se caísse chuva forte, morena,
eu talvez não sentiria.
Teu amor é uma guarita, morena,
onde eu me esconderia.
Tão bom, tão bom, tão bom.
Se fizesse muito frio, morena,
eu talvez não sentiria.
Eu deitado no teu colo, morena,
teu amor me aqueceria,
tão bom, tão bom, tão bom”.
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