Thursday, December 25, 2014

Hora da consolidação


Pedro J. Bondaczuk


O “2º Plano Nacional de Informática e Automação”, Planin (embora o primeiro ainda fique em vigor durante 1989 inteiro) já está pronto. Em outubro próximo, o presidente José Sarney deverá encaminha-lo ao Congresso, para ser debatido e eventualmente aprovado.

Desta feita, parece haver uma dose maior de realismo no programa, até porque, a experiência destes últimos dois anos permitiu que certas falhas e desvios fossem detectados e corrigidos. O projeto, nesta segunda fase, embora mantenha a essência do que ainda está em vigor, dá ênfase, principalmente, à consolidação das empresas. Ou seja, daquilo que abordamos na semana passada, neste mesmo espaço: aa programação de uma “seleção da espécie” aplicada ao mundo dos negócios.

O Segundo Planin quer incentivar as indústrias que investiram na capacitação tecnológica a utilizar esses recursos para a produção em escala, com o objetivo de tornar seus produtos mais acessíveis ao consumidor brasileiro (o que é muito difícil, dada a visível queda do poder aquisitivo, determinada por uma inflação que caminha, a passos largos, para o estágio de “hiper”), ampliando, e consolidando, dessa forma, o mercado interno.

Às empresas menos fortes, que acabaram tropeçando no meio do caminho, e que, por isso, ficaram para trás, vai restar apenas uma única alternativa: ou entram em algum processo de fusão, ou se extinguem.

O secretário de Informática, Ezil Veiga da Rocha, chegou, mesmo, a dizer, nesta semana, que para estimular a competitividade das indústrias mais sólidas, está propenso a autorizar até mesmo a importação de produtos similares aos fabricados no País. Ressaltou, no entanto, que isso somente ocorreria se a demanda viesse a exigir.

Antes que essa competição ocorra, seria de boa política que as melhores empresas de informática nacionais se adequassem ao mercado internacional e competissem no Exterior. Afinal, a melhor defesa ainda continua sendo o ataque. E o empresário brasileiro, quando quer e quando se organiza, não precisa temem ninguém.

É capaz de produzir qualquer coisa, e com a mesma eficiência, que os melhores de qualquer outra parte do mundo. Basta, somente, que não se acomode à sombra do protecionismo, nem sempre desejável e até incompatível com os tempos atuais, caracterizados pela agressividade comercial.

(Artigo escrito por mim, sob pseudônimo, publicado na página 12, Informática, do Correio Popular, em 1º de julho de 1988).


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