Hora da consolidação
Pedro J.
Bondaczuk
O “2º Plano Nacional de Informática e Automação”, Planin
(embora o primeiro ainda fique em vigor durante 1989 inteiro) já está pronto.
Em outubro próximo, o presidente José Sarney deverá encaminha-lo ao Congresso,
para ser debatido e eventualmente aprovado.
Desta feita, parece haver uma
dose maior de realismo no programa, até porque, a experiência destes últimos
dois anos permitiu que certas falhas e desvios fossem detectados e corrigidos.
O projeto, nesta segunda fase, embora mantenha a essência do que ainda está em
vigor, dá ênfase, principalmente, à consolidação das empresas. Ou seja, daquilo
que abordamos na semana passada, neste mesmo espaço: aa programação de uma
“seleção da espécie” aplicada ao mundo dos negócios.
O Segundo Planin quer incentivar
as indústrias que investiram na capacitação tecnológica a utilizar esses
recursos para a produção em escala, com o objetivo de tornar seus produtos mais
acessíveis ao consumidor brasileiro (o que é muito difícil, dada a visível
queda do poder aquisitivo, determinada por uma inflação que caminha, a passos
largos, para o estágio de “hiper”), ampliando, e consolidando, dessa forma, o
mercado interno.
Às empresas menos fortes, que
acabaram tropeçando no meio do caminho, e que, por isso, ficaram para trás, vai
restar apenas uma única alternativa: ou entram em algum processo de fusão, ou
se extinguem.
O secretário de Informática, Ezil
Veiga da Rocha, chegou, mesmo, a dizer, nesta semana, que para estimular a
competitividade das indústrias mais sólidas, está propenso a autorizar até
mesmo a importação de produtos similares aos fabricados no País. Ressaltou, no
entanto, que isso somente ocorreria se a demanda viesse a exigir.
Antes que essa competição ocorra,
seria de boa política que as melhores empresas de informática nacionais se
adequassem ao mercado internacional e competissem no Exterior. Afinal, a melhor
defesa ainda continua sendo o ataque. E o empresário brasileiro, quando quer e
quando se organiza, não precisa temem ninguém.
É capaz de produzir qualquer
coisa, e com a mesma eficiência, que os melhores de qualquer outra parte do
mundo. Basta, somente, que não se acomode à sombra do protecionismo, nem sempre
desejável e até incompatível com os tempos atuais, caracterizados pela
agressividade comercial.
(Artigo escrito por mim, sob pseudônimo, publicado na página 12,
Informática, do Correio Popular, em 1º de julho de 1988).
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