Teorias e especulações sobre o Triângulo das Bermudas.
Pedro J. Bondaczuk
Muitas
tentativas têm sido feitas, sobretudo nos últimos anos, para
explicar o que acontece com oa navios e aviões desaparecidos no
“Triângulo das Bermudas”, também chamado, pelas sinistras
ocorrências na região, de “Triângulo da Morte”. O Dr. Manmson
Valentine, por exemplo, tem lá sua teoria, que é abraçada por
muitos, mas que não me parece nada lógica. Para esse ilustre
explorador, de renome mundial, especialista nas culturas dos aztecas
e dos maias, “eles (os que sumiram na área) continuam aqui, mas
noutra dimensão, em resultado de um fenômeno magnético que poderia
ter sido provocado por um Óvni”. Ora, ora, ora...
Essa
autoridade, detentora de um título de Ph.D, é a mesma que
investigou o que pode ser a ruína de uma cidade submersa nas
proximidades das Bahamas. Para o oceanógrafo Henry White, da Nova
University, a explicação pode ser através de causas naturais, de
fenômenos atmosféricos ainda praticamente desconhecidos dos
cientistas, dada a sua raridade, o que, embora eu não seja
especialista na matéria, acho a mais provável.
O
cientista reforça sua tese com um detalhe colhido numa mensagem
captada de um dos TBMs norte-americanos desaparecidos em 1945. Em
determinado instante, o piloto comunicou-se com a base na Flórida
por rádio e mencionou as “águas brancas”. Para o oceanógrafo,
esse fenômeno é um tipo de temporal característico do “Triângulo
do Diabo”. Tratar-se-ia de uma imensa e violenta vaga, com ventos
tão desenfreados, que a chuva se misturaria completamente com o
oceano revolto, formando algo de tamanha violência que desintegraria
facilmente não apenas cinco aviões, mas dez, vinte, cem ou mais.
Seria literalmente um encontro das nuvens com as águas do mar, sendo
essa força descomunal reforçada por ventos de até 800 quilômetros
por hora. É o que meu cunhado, Mauro Lobo, sugeriu que seja uma
espécie de “tornado”, mas às avessas. Ou seja, ao invés de
“sugar” os objetos para o alto, exerce uma força descomunal
contrária, sw cima para baixo, destruindo tudo o que estiver em seu
caminho.
Há
outras tentativas de explicação seguindo essa mesma linha de
raciocínio. Por exemplo, o cargueiro japonês Raifuku Maru, antes de
sumir nas águas do “Triângulo”, em janeiro de 1921, conseguiu
enviar uma mensagem em código captada por um outro navio que
trafegava nas imediações. Esta dizia: “Perigo como punhal agora.
Venham rápido”. Depois disso, nunca mais se ouviu falar do Raifuku
Maru, que jamais foi encontrado e não se sabe nem qual foi o ponto
exato em que desapareceu.
O
que significaria esse derradeiro S. O. S desesperado? O que seria o
“perigo como punhal”? Um Óvni certamente que não. Afinal, os
entendidos no assunto têm descrito esses objetos, que conforme a
própria designação, “não são identificáveis”, de várias
maneiras, menos desta. Eles são descritos ora como tendo o formato
de charutos, ora como o de pires, ora como o de um disco ou com
conformações ovais. Como punhais, nunca o foram.
Os
meteorologistas levantam a hipótese do cargueiro japonês ter sido
colhido por uma das “trombas d’água” devastadoras da região.
Elas formam-se de repente, em dias de sol claro, através de nuvens
cinzentas que compõem uma linha inicialmente fina no horizonte. Em
poucos minutos, concentram-se numa única massa, acentuando a
coloração escura. As camadas superiores parecem mesmo atingir a
estratosfera, onde se espalham, na forma de uma bigorna.
Quando
descem, o efeito é devastador. Muitos navios já conseguiram escapar
dessas trombas d’água intactos. Outros tantos naufragaram e foram
arrastados para muito longe. O jornalista Richard Winer, em seu
detalhado livro “O Triângulo do Diabo” (Editora Record) afirma:
“mensuramentos por teodolito documentam evidências de trombas
d’água que ultrapassaram 2.400 metros de altura, com chaminés
medindo quatrocentos e cinquenta metros de diâmetro...”
Para
o paranormal Norman Slater, as pessoas não desaparecem nessa área,
são simplesmente presas num túnel do tempo. Ele alega ter tido
visões de três “lugares quentes” na costa Leste da Flórida,
num raio de vinte milhas uns dos outros. “Há fortes possibilidades
de que qualquer navio que se encontre nesses locais desapareça”.
As
vítimas ficariam aprisionadas numa espécie de máquina do tempo, um
tipo de túnel onde os objetos permaneceriam numa dimensão invisível
por determinado período. Slater arremata: “O tempo não é a
simples dimensão constante que supomos. Pode às vezes libertar os
navios e aviões dessa outra dimensão onde se encontravam suspensos
e eles voltarão ao tempo de onde haviam desaparecido. Não quero
estar presente quando isso acontecer. Será horrível, pois as
tripulações se transformarão em esqueletos”. Ora, ora, ora… Há
inúmeras outras teorias tentando explicar o que ocorre no “Triângulo
das Bermudas”, nenhuma, no entanto, comprovada cientificamente e
que, por isso, seja consensual. Por enquanto... o mistério
permanece, desafiando a argúcia e o conhecimento dos doutos homens
de ciência.
Acompanhe-me pelo twitter: @bondaczuk
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