Sunday, August 10, 2014

Aos pais, com carinho


Pedro J. Bondaczuk

As datas comemorativas, que se multiplicam, com a necessidade do comércio de vender cada vez mais, não têm, contudo, cunho meramente comercial, como muitos dão a entender. E mesmo que tivessem, ainda assim seriam válidas. Afinal, são as vendas que garantem empregos, geram fontes de sustento para milhões de lares e, enfim, movimentam a economia de um País. Só isso, convenhamos, já é sumamente válido e valioso.

Mas há, também, o caráter simbólico e, principalmente,  o de justiça. Até não faz muito, de todos os eventos do tipo, ao longo do ano, o que recebia a menor atenção por parte das pessoas era o Dia dos Pais. Alguns consideravam essa celebração muito piegas. Outros diziam que o (outrora) chefe absoluto da família, ao prover o sustento da sua casa, não fazia mais do que a obrigação. E os argumentos em contrário se multiplicavam em profusão.

Hoje as coisas mudaram. De ano para ano, cresce de importância, no calendário mundial, esse evento. Mudaram tanto os tempos, quanto os pais. Eles, por exemplo, já não são vistos mais, como eram num passado ainda recente, como autoritários, severos, ditatoriais, sempre prontos a repreender, a recriminar e a castigar os filhos que não andassem na linha ou que não seguissem seus padrões de comportamento, nem sempre coerentes e lógicos.

Hoje, a despeito da visível desagregação de muitas famílias, os pais já não são mais encarados dessa maneira até hostil. Boa parte, por exemplo, não detém mais o poder absoluto sobre a família, compartilhando essa tarefa, em pé de igualdade, com as mães. Estatísticas mostram que mais da metade dos lares brasileiros, atualmente, são chefiados por mulheres. Isso é bom? É ruim? É indiferente? As opiniões ainda se dividem. Mas a realidade brasileira atual é esta.

Claro que nem todos os pais, infelizmente, são daqueles que podemos tomar como modelos. Por isso, é justo homenagear a paternidade responsável. Reconhecer aquele indivíduo que vê no filho não uma “propriedade”, ou um bichinho de estimação, ou um antagonista, ou até um inimigo, mas o que é amigo, guia, conselheiro, mestre e protetor. O que jamais confunde autoridade com autoritarismo. O que sabe dialogar, convencer com argumentos e, sobretudo, se impor pelo exemplo, jamais pela força ou na base do grito.

Esta homenagem aos pais, no fundo, representa o reconhecimento, por parte da sociedade, do valor e da importância da família, tão ameaçada por comportamentos insensatos e nada construtivos, que põem em risco a própria estabilidade social. Por isso, caro leitor, se puder, dê, sim, um presente a essa pessoa a quem você tanto deve. Se não puder, manifeste-lhe, de qualquer outra forma, o seu amor e o seu respeito.


Não deixe a data passar em branco. E seja, também, um pai responsável, zeloso e amigo, orientando seu filho no caminho do bem, da justiça e da solidariedade, e não somente na trilha do sucesso profissional, mas, sobretudo, naquilo que é o dever número um de todas as pessoas: o de ser feliz!

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