Saturday, October 06, 2012

Apenas rastros

Pedro J. Bondaczuk

Sutis pegadas de pés na areia
da praia do Tempo, extensa e rude...
A ilusão do “eterno” incendeia
a mente, despida de atitude.

Sou mortal, efêmero e sem rumo.
Sou frágil, perecível e humano,
mas reluto, nego e não assumo
minha insignificância. Que engano,

que tolice, quanta ingenuidade,
tentar desbravar a eternidade
quando o tempo de vida escasseia!

Afinal, caio na realidade:
de mim restarão, creia ou não creia,
tão só rastros dos meus pés na areia!

(Soneto composto em 22 de dezembro de 2004 em Campinas).

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