Sunday, December 10, 2017

Reforma ministerial



Pedro J. Bondaczuk


O pedido de demissão do deputado Roberto Freire da liderança do governo na Câmara Federal tende a antecipar em alguns dias a reforma ministerial, prevista para o próximo mês, por parte do presidente Itamar Franco. Antônio Britto já deixou o Ministério da Previdência Social e outros atuais integrantes da equipe governamental – fala-se em mais sete – vão deixar seus cargos para se desincompatibilizar, com vistas às eleições gerais de 3 de outubro de 1994.

Existem especulações de que Fernando Henrique Cardoso deixará, no máximo até abril, a pasta da Fazenda, para concorrer à Presidência. Espera-se que Itamar seja mais feliz do que até aqui na seleção do seu staff.

Desde que o presidente assumiu, a princípio interinamente, em, setembro do ano passado, tão logo a Câmara autorizou a abertura do processo de impeachment contra Fernando Collor, o que mais se ouviu falar foi sobre crises no ministério, demissões de ministros e reforma ministerial.

Essa indefinição contribuiu, decisivamente, para a fixação da imagem de inércia e falta de rumos do atual governo. Propõe-se que o próximo gabinete tenha um perfil mais técnico que político, para a difícil travessia de 1994, até a posse do novo governante, a ser eleito.

O papel de Itamar a partir de agora passa a ser o de deixar a casa em ordem para que o próximo presidente tenha condições efetivas de governar o País.

(Artigo publicado na página 2, Opinião, do Correio Popular, em 17 de dezembro de 1993)



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