Reforma ministerial
Pedro J. Bondaczuk
O pedido de demissão do
deputado Roberto Freire da liderança do governo na Câmara Federal
tende a antecipar em alguns dias a reforma ministerial, prevista para
o próximo mês, por parte do presidente Itamar Franco. Antônio
Britto já deixou o Ministério da Previdência Social e outros
atuais integrantes da equipe governamental – fala-se em mais sete –
vão deixar seus cargos para se desincompatibilizar, com vistas às
eleições gerais de 3 de outubro de 1994.
Existem especulações de que
Fernando Henrique Cardoso deixará, no máximo até abril, a pasta da
Fazenda, para concorrer à Presidência. Espera-se que Itamar seja
mais feliz do que até aqui na seleção do seu staff.
Desde que o presidente
assumiu, a princípio interinamente, em, setembro do ano passado, tão
logo a Câmara autorizou a abertura do processo de impeachment contra
Fernando Collor, o que mais se ouviu falar foi sobre crises no
ministério, demissões de ministros e reforma ministerial.
Essa indefinição contribuiu,
decisivamente, para a fixação da imagem de inércia e falta de
rumos do atual governo. Propõe-se que o próximo gabinete tenha um
perfil mais técnico que político, para a difícil travessia de
1994, até a posse do novo governante, a ser eleito.
O papel de Itamar a partir de
agora passa a ser o de deixar a casa em ordem para que o próximo
presidente tenha condições efetivas de governar o País.
(Artigo publicado na página
2, Opinião, do Correio Popular, em 17 de dezembro de 1993)
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