A voz soberana do povo
Pedro
J. Bondaczuk
A terceira
maior democracia do mundo em número de eleitores, abaixo somente da
Índia e dos Estados Unidos, a do Brasil, deu, no domingo passado, um
espetáculo de responsabilidade e de civismo, com milhões de
cidadãos comparecendo em massa às urnas, num clima de ordem e de
esperança. As eleições municipais brasileiras, em mais de 5.600
cidades espalhadas por este país de dimensões continentais, foram
ordeiras e exemplares, mostrando nítida evolução da população em
termos de exercício democrático.
Os
resultados das votações revelaram algumas surpresas (não muitas),
contrariando pesquisas de opinião e confirmaram outros tantos
prognósticos. O Partido dos Trabalhadores, por exemplo, foi o mais
votado, com mais de 16 milhões de votos, confirmando que a chegada
de Luiz Inácio Lula da Silva ao poder não ocorreu por mero acaso e
que seu governo vem agradando à maioria, a despeito da má vontade
de boa parte da imprensa.
Em
Campinas confirmou-se o que já era esperado: a necessidade do
Segundo Turno. Todavia, as pesquisas não detectaram o crescimento,
na reta de chegada, de Luciano Zica, que era dado como tendo apenas
11% das intenções de voto, quando na verdade conseguiu o dobro
desse percentual. Por pouco, muito pouco, o deputado federal petista
não consegue superar Hélio de Oliveira Santos, do PDT. No mais, não
houve surpresa nas eleições locais. Venceram os dois favoritos, que
agora irão disputar as preferências do eleitorado para a sucessão
de Izalene Tiene no Palácio dos Jequitibás.
Quanto
à escolha dos novos vereadores, que passam de 21 para 33 na próxima
legislatura, houve poucas novidades. É certo que dois veteranos,
dois pesos pesados da política campineira, Romeu Santini e Tadeu
Marcos, não conseguiram se reeleger. Mas 18 foram reeleitos e vão
se juntar às 15 “caras novas”, que contaram com a confiança do
eleitorado.
O
campineiro votou bem? Os escolhidos são, de fato, os melhores para a
gestão da cidade? Essa resposta só com o tempo se poderá dar. O
importante é que a população manifestou sua vontade, de forma
livre e espontânea, pelo único meio legítimo em uma democracia que
se preze: nas urnas. E a voz do povo é, e sempre deve ser, soberana.
Compete,
agora, ao cidadão, fiscalizar a atuação dos seus representantes,
que precisam se conscientizar que, ao serem eleitos, receberam, na
verdade, uma tarefa a cumprir, uma responsabilidade a desempenhar,
uma magna missão a realizar e não um eventual prêmio. Caso venham
a trair a confiança dos seus eleitores, certamente serão punidos
com o ostracismo nas próximas eleições. É assim que as coisas
funcionam, e devem sempre funcionar, em uma democracia madura e
consolidada como a brasileira. Mais uma vez, o País deu uma
demonstração de maturidade e de competência. E isso é para ser
comemorado, e muito, por todos os brasileiros.
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