Meta ambiciosa
Pedro
J. Bondaczuk
A nossa
cidade completa, na próxima quarta-feira, dia 14, 230 anos de
fundação, ostentando cifras de fazer inveja a qualquer outra
metrópole, do mesmo porte ou até mesmo maior, não somente do
Brasil, mas do mundo. O campineiro ostenta, entre outras tantas
coisas, renda per capita de US$ 10.071 anuais, correspondente ao
dobro da média do Estado de São Paulo e mais do dobro da nacional.
Sexta
praça bancária do País, grande polo exportador, com empresas de
tecnologia de ponta de fazer inveja a muitos países de Primeiro
Mundo e com centros de pesquisa de prestígio e renome em toda a
América Latina, é responsável, sozinha, por 6% do PIB brasileiro,
o que diz, por si só, do talento, do arrojo e da incrível
capacidade de trabalho do seu povo.
A
despeito de vários problemas crônicos, especialmente na área
social, que enfrenta há décadas, não há dúvidas de que o
campineiro tem, e muito, do que se orgulhar daquilo que é e que fez.
Das suas universidades, por exemplo, formando gerações de
profissionais de primeiríssima linha. Da pujança da sua indústria,
da criatividade do seu comércio e da solidez do seu setor de
serviços. Tem justo orgulho, também, da excelência da sua
medicina, da criatividade dos seus artistas e da argúcia dos seus
intelectuais. E de muitas e muitas outras coisas mais.
Campinas
sempre soube enfrentar, com coragem e determinação, as dificuldades
que surgiram no caminho do seu progresso. Seu povo nunca esmoreceu
diante de qualquer tipo de obstáculo. No final do século XIX, por
exemplo, a cidade viu-se confrontada com uma devastadora epidemia de
febre amarela, que quase a varreu do mapa. Em três tempos, sua
população minguou para menos de cinco mil habitantes. Centenas de
pessoas morriam diariamente e os sobreviventes mal davam conta de
sepultar os mortos.
As
pessoas que podiam, deixavam tudo para trás, para fugir para o mais
longe possível do perigo. Mas nem todos escolheram esse caminho.
Apareceram, na ocasião, heróis e mais heróis, muitos anônimos,
que sacrificaram as próprias vidas, na ingente luta para debelar a
doença. E obtiveram êxito, evidentemente. Aí está a metrópole,
com mais de um milhão de habitantes! Como a mitológica fênix, ave
que consta em seu brasão de armas, a cidade renasceu, renovada, das
próprias cinzas!
A
história de Campinas apresenta outros episódios marcantes, como
este, em que a solidariedade, o espírito de cooperação e o
altruísmo prevaleceram sobre outras atitudes e sentimentos menos
nobres e nada construtivos. Agora, o campineiro tem pela frente outro
grande, e não menos perigoso, desafio, talvez o maior de toda a sua
brilhante e memorável trajetória.
E
este é o de proporcionar a melhor qualidade de vida possível não
apenas a alguns poucos privilegiados, mas à totalidade da sua
população, sem nenhum tipo de distinção de classe social, de
raça, de cor ou de religião. É o de transformar esta cidade em
algo mais do que ela é, em verdadeira “comunidade”, onde não
apenas os problemas sejam comuns, como ocorre agora, mas também
todas benesses do desenvolvimento.
O
desafio maior é o de proporcionar, a todos os campineiros,
indistintamente, acesso à educação de primeira linha, à saúde
com todos os recursos que os avanços da medicina proporcionam, à
moradia decente e digna e às oportunidades para desenvolver e
exercitar seus talentos inatos e se realizar como indivíduos e como
cidadãos.
Nos
dias atuais, isto pode soar como delirante utopia, como sonho bonito
mas irrealizável, como absurda fantasia. Mas para quem, em tão
pouco tempo, construiu uma cidade, como é esta Campinas, a palavra
“impossível” não consta do seu dicionário. O campineiro,
certamente, haverá de tentar! E vai conseguir! Parabéns notável
Cidade Princesa!!!
(Editorial
publicado na Folha do Taquaral).
Acompanhe-me pelo twitter: @bondaczuk
No comments:
Post a Comment