Sunday, December 03, 2017

Potencialidades e problemas



Pedro J. Bondaczuk


Campinas completa, hoje, 227 anos de fundação, ostentando conquistas que muito orgulham sua população, mas apresentando complexos problemas, de difícil solução, subprodutos do seu vertiginoso progresso.

Notadamente a partir da segunda metade do século passado, a cidade teve extraordinário crescimento, tanto populacional, quanto econômico e cultural, que a situam, hoje, entre as mais prósperas e respeitadas metrópoles brasileiras. Destaca-se, por exemplo, por suas universidades, afamadas além fronteiras pela sua excelência. Conta com hospitais que são referências de qualidade na saúde. Transformou-se em polo de alta tecnologia, além de colecionar êxitos retumbantes na cultura, nos esportes e em várias outras atividades.

Contudo, Campinas paga um preço muito alto por sua qualidade de vida. Seu sistema viário, por exemplo, há muito tornou-se inadequado para uma cidade de seu porte, que conta com a terceira maior frota de veículos, per capita, do Brasil. Os transportes públicos urbanos estão aquém das necessidades da população. E já se faz necessária séria cogitação para a construção de um sistema de metrô.

A cidade sofre com a crescente poluição do ar, dos mananciais de água que a abastecem e a sonora. A destinação do lixo é outra questão que tende a se agravar. A grande afluência de migrantes, vindos de todas as partes do País, aumentou a premência de investimentos em infraestrutura, numa época em que a Prefeitura se acha com falta de recursos e sofre limitações de gastos impostas pela Lei de Responsabilidade Fiscal.

Violência e criminalidade ameaçam e atemorizam a população, às voltas com riscos crescentes à integridade física e à do patrimônio. Esta, porém, é a hora da encruzilhada histórica, em que o campineiro é convocado a decidir que tipo de cidade quer deixar para as gerações futuras: se uma Campinas progressista e exemplar, que sabe se unir para resolver seus problemas; ou se uma comunidade retrógrada, conformista, parada no tempo, que se contenta em remoer as glórias do passado e não tem a menor ambição quanto ao futuro.


(Editorial publicado na página 2, Opinião, do jornal Notícias Metropolitanas, em 14 de julho de 2001)

Acompanhe-me pelo twitter: @bondaczuk     

No comments: