Potencialidades e problemas
Pedro
J. Bondaczuk
Campinas
completa, hoje, 227 anos de fundação, ostentando conquistas que
muito orgulham sua população, mas apresentando complexos problemas,
de difícil solução, subprodutos do seu vertiginoso progresso.
Notadamente
a partir da segunda metade do século passado, a cidade teve
extraordinário crescimento, tanto populacional, quanto econômico e
cultural, que a situam, hoje, entre as mais prósperas e respeitadas
metrópoles brasileiras. Destaca-se, por exemplo, por suas
universidades, afamadas além fronteiras pela sua excelência. Conta
com hospitais que são referências de qualidade na saúde.
Transformou-se em polo de alta tecnologia, além de colecionar êxitos
retumbantes na cultura, nos esportes e em várias outras atividades.
Contudo,
Campinas paga um preço muito alto por sua qualidade de vida. Seu
sistema viário, por exemplo, há muito tornou-se inadequado para uma
cidade de seu porte, que conta com a terceira maior frota de
veículos, per capita, do Brasil. Os transportes públicos urbanos
estão aquém das necessidades da população. E já se faz
necessária séria cogitação para a construção de um sistema de
metrô.
A
cidade sofre com a crescente poluição do ar, dos mananciais de água
que a abastecem e a sonora. A destinação do lixo é outra questão
que tende a se agravar. A grande afluência de migrantes, vindos de
todas as partes do País, aumentou a premência de investimentos em
infraestrutura, numa época em que a Prefeitura se acha com falta de
recursos e sofre limitações de gastos impostas pela Lei de
Responsabilidade Fiscal.
Violência
e criminalidade ameaçam e atemorizam a população, às voltas com
riscos crescentes à integridade física e à do patrimônio. Esta,
porém, é a hora da encruzilhada histórica, em que o campineiro é
convocado a decidir que tipo de cidade quer deixar para as gerações
futuras: se uma Campinas progressista e exemplar, que sabe se unir
para resolver seus problemas; ou se uma comunidade retrógrada,
conformista, parada no tempo, que se contenta em remoer as glórias
do passado e não tem a menor ambição quanto ao futuro.
(Editorial
publicado na página 2, Opinião, do jornal Notícias Metropolitanas,
em 14 de julho de 2001)
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