Paixão pela economia e
por moedas
Pedro
J. Bondaczuk
A grande “paixão” da
vida do escritor (e também jurista, jornalista, comunicador etc.etc.etc.)
baiano, Noênio Spinola, me parece que é a economia, em seu sentido global e,
particularmente, por moedas antigas. Se não é a maior, é uma das maiores.
Cheguei a essa conclusão analisando as informações de que disponho a seu
respeito. Não fosse tão apaixonado pelo que se refira a comércio, a moedas e à
matemática financeira, por exemplo, não teria a vinculação que sempre teve com
o mercado de capitais. Não escreveria livros preciosos a propósito, como
“Comodities, o preço do futuro”, ou “Como exportar e dialogar melhor” ou, como
principalmente, essa magnífica obra, de tirar o fôlego, que é “Deuses &
Poder: 2.500 anos de lendas, mitos, símbolos” (Editora Civilização Brasileira),
com prefácio do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
Minha impressão se
acentua ainda mais quando fico sabendo que Noênio é especialista em moedas. E
mais, que dirige uma biblioteca especializada em numismática, história
econômica e mercados futuros. Será que eu estaria enganado? Creio que não!
Nenhum escritor produz livros sobre comunicação em matemática financeira – tema
para lá de árido para nós, leigos – com tamanha familiaridade e naturalidade se
não gostar do assunto e não se especializar nele. Eu não seria capaz de uma
empreitada desse porte. E olhem que sou apaixonado por Matemática. Uma das
minhas “diversões” prediletas, quando disponho de um certo tempo (o que é
raríssimo) é resolver problemas, notadamente de álgebra e de trigonometria, sem
ser obrigado a tal. É, como diz o ditado: “Cada louco com....”
Quanto às moedas, que
conhece como poucos, fiquei sabendo que Noênio é membro da Sociedade
Numismática Brasileira. E não só. O é, também, da American Numismatic Society e
da Sociedade Numismática de Israel. Creio, pois, que não restam muitas dúvidas
(se é que subsista alguma) sobre sua paixão pela economia. Querem outra prova a
propósito? Nosso personagem é dono de um acervo de centenas de moedas antigas e
de cédulas, que herdou do pai (fazendeiro) que era colecionador particular
dessas peças. Todavia, em vez de manter trancado a sete chaves, esse precioso
acervo, a salvo de vistas alheias, resolveu expô-lo, numa exposição que me
parece foi (ou é?) itinerante, primeiro em Salvador, capital do seu Estado
natal, realizada entre setembro e novembro de 2011.
A mostra em questão foi
batizada (de maneira hiper oportuna e inteligente) com parte do nome do já
célebre livro de Noênio Spínola. Ou seja, com o título “Dinheiro, deuses &
poder – 2.500 anos de história política das moedas”. O referido evento contou
com o patrocínio da Odebrecht Infraestrutura. Foram expostas, na oportunidade,
460 peças, diria, “preciosidades”, do seu curioso (e valioso) acervo. É parte
importante da história das civilizações recontada mediante esse indispensável
símbolo de valor que propiciou racionalidade às trocas de bens e serviços entre
os povos.
Leio, na matéria
alusiva à exposição, da revista “Odebrecht Notícias”, edição de novembro de
2011: “Os visitantes poderão conhecer as primeiras experiências do uso da moeda
na Ásia Menor e sua difusão no planeta. Também é possível observar as moedas
mais remotas, do território da Grécia Antiga que datam 2.500 anos, além das
moedas da Macedônia, de Alexandre, o Grande, as papais, da época do Tratado das
Tordesilhas, do papa Alexandre VI; da Roma Antiga; da extinta Cartago; do Egito
de Cleópatra; da Inglaterra, de Henrique VIII e da rainha Vitória; e do Brasil
Colonial e da República anterior a 1964”.
“E o que tudo isso tem
a ver com esta série de estudos sobre alguns dos principais ficcionistas da
Bahia?”, deve estar perguntando, com certeza, aquele leitor hiper chato e
abelhudo, doidinho por encontrar falhas e contradições em todos nossos textos.
De certa forma, tem muito. E, caso não tenha, passa a ter, com esta nova
informação: O escritor – “não só”, mas “também” ficcionista – Noênio Spínola
recebeu o Prêmio Machado de Assis, da Academia Brasileira de Letras, por sua
obra ficcional. Mas... esta é uma história que ficará para outra vez...
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