Educação
e vida
Pedro J. Bondaczuk
A única alternativa para o Brasil sair do
subdesenvolvimento e crescente crise social, e construir uma sociedade nacional
moderna e minimamente justa, é investir na educação. Não apenas em termos
quantitativos (embora este aspecto seja de grande relevância), mas, sobretudo, qualitativo, definindo "o quê, como e quando ensinar". É
necessária uma resposta inequívoca para a questão: "Educar para quê?"
Para condicionar o indivíduo a sustentar ideologicamente algum tipo de regime,
ou determinada forma de governo? Apenas para produzir mão de obra qualificada,
robotizando o homem, como se não passasse de máquina, como entendem alguns
tecnocratas? Para formar elites que mantenham o "status quo" vigente?
Para condicionar o indivíduo a produzir e consumir bens materiais, a maioria
supérfluos, esgotando os limitados recursos da Terra, conforme o modelo que aí
está? A resposta é, evidentemente,
"não!" para todas essas perguntas.
As pessoas devem ser educadas para a vida, para a felicidade
advinda da realização pessoal e social e para serem produtivas e equilibradas.
A Editora Record lançou, no ano passado, um instigante livro, "Educação
para uma Vida Criativa", do educador japonês Tsunessaburo Makiguti, que
aborda didaticamente estas questões. O
autor, após traçar diagnóstico das falhas e inadequações dos sistemas de ensino
vigentes --- tanto no Ocidente, quanto no Oriente --- expõe, do alto da sua
experiência, uma série de propostas que, se adotadas, certamente darão o rumo
ideal à educação.
Ressalta que educar é tarefa a ser compartilhada pela
família, comunidade e escola. Alerta que
a maior parte do que se ensina hoje é inútil e fora da realidade das pessoas.
Defende que o estabelecimento de uma política educacional não deve ser deixado
a cargo de políticos, mas entregue a experientes e tarimbados profissionais do
ramo. E sugere a criação de uma "ciência da educação", para que
métodos e currículos sejam permanentemente reciclados e professores sejam
treinados, de conformidade com as necessidades dos educandos e com os recursos
pedagógicos disponíveis. Só assim o indivíduo estará sendo preparado, de fato,
para exercer seu papel de "criador de valores", que lhe compete
enquanto herdeiro e guardião do acervo cultural da humanidade.
(Artigo divulgado na revista eletrônica "Barão
Virtual", na Internet, na terceira semana de outubro de 1998
Acompanhe-me pelo twitter: @bondaczuk)
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