Tuesday, December 03, 2013

Educação e vida


Pedro J. Bondaczuk
  
A única alternativa para o Brasil sair do subdesenvolvimento e crescente crise social, e construir uma sociedade nacional moderna e minimamente justa, é investir na educação. Não apenas em termos quantitativos (embora este aspecto seja de grande relevância),  mas, sobretudo, qualitativo, definindo  "o quê, como e quando ensinar". É necessária uma resposta inequívoca para a questão: "Educar para quê?" Para condicionar o indivíduo a sustentar ideologicamente algum tipo de regime, ou determinada forma de governo? Apenas para produzir mão de obra qualificada, robotizando o homem, como se não passasse de máquina, como entendem alguns tecnocratas? Para formar elites que mantenham o "status quo" vigente? Para condicionar o indivíduo a produzir e consumir bens materiais, a maioria supérfluos, esgotando os limitados recursos da Terra, conforme o modelo que aí está? A resposta é, evidentemente,  "não!" para todas essas perguntas.

As pessoas devem ser educadas para a vida, para a felicidade advinda da realização pessoal e social e para serem produtivas e equilibradas. A Editora Record lançou, no ano passado, um instigante livro, "Educação para uma Vida Criativa", do educador japonês Tsunessaburo Makiguti, que aborda  didaticamente estas questões. O autor, após traçar diagnóstico das falhas e inadequações dos sistemas de ensino vigentes --- tanto no Ocidente, quanto no Oriente --- expõe, do alto da sua experiência, uma série de propostas que, se adotadas, certamente darão o rumo ideal à educação.

Ressalta que educar é tarefa a ser compartilhada pela família, comunidade e escola.  Alerta que a maior parte do que se ensina hoje é inútil e fora da realidade das pessoas. Defende que o estabelecimento de uma política educacional não deve ser deixado a cargo de políticos, mas entregue a experientes e tarimbados profissionais do ramo. E sugere a criação de uma "ciência da educação", para que métodos e currículos sejam permanentemente reciclados e professores sejam treinados, de conformidade com as necessidades dos educandos e com os recursos pedagógicos disponíveis. Só assim o indivíduo estará sendo preparado, de fato, para exercer seu papel de "criador de valores", que lhe compete enquanto herdeiro e guardião do acervo cultural da humanidade.

(Artigo divulgado na revista eletrônica "Barão Virtual", na Internet, na terceira semana de outubro de 1998

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