Paixão
por Campinas
Pedro J. Bondaczuk
As
cidades são mais do que meros lugares em que as pessoas nascem, habitam, se
educam, trabalham e morrem. São enormes monumentos vivos (embora em permanente
modificação) ao esforço coletivo de seus habitantes, tanto os do presente,
quanto os do passado. E de todos, indistintamente, sem levar em conta fortuna,
origem ou posição social. Tanto dos que deixaram nomes gravados para a
posteridade, por suas realizações excepcionais nos terrenos da arte, da
cultura, da ciência, da política, do comércio,
da indústria, dos esportes etc., quanto dos absolutamente anônimos. Ou
seja, dos humildes, dos esquecidos, dos excluídos do usufruto do que ajudaram a
produzir. Dos que nem ao menos deixaram vestígio individual a atestar, às
gerações futuras, que existiram (e que são maioria).
Campinas
– que neste 14 de julho de 2013 completa 239 anos de fundação – não é
diferente, neste aspecto do que as outras seis mil e tantas cidades deste país
de dimensões continentais. Qual é, então, seu diferencial, seu charme, sua
fonte de atração que me fizeram me apaixonar tão perdidamente por ela, nestes
53 anos que aqui vivo e construo minha biografia? É um fator indefinível, que
não se consegue descrever com palavras, mas que existe, é sensível. É palpável,
é real e cala fundo em nosso coração (no caso, no meu). Campinas tem
personalidade. Tem alma, história, esperanças e tradições. É fruto do trabalho,
da vontade e da capacidade de organização dos seus habitantes, agindo coletivamente
na busca de objetivos comuns. Afinal, é nas cidades que se desenvolve
efetivamente a vida de uma nação. O Estado é mera abstração. A União não passa
de conceito administrativo. Só o município é real. Só ele é concreto e tem vida
própria. E nesse aspecto, Campinas, obviamente, se destaca notadamente pelos
seus ilustres filhos que muito fizeram, fazem e certamente farão pelo progresso
e desenvolvimento deste país que tanto amamos;
Devo
muito (aliás, sem nenhum exagero, devo tudo) do que sou a esta cidade, que há
53 anos tão generosamente me acolheu. Aqui estudei, me formei, adquiri
profissão, fiz carreira e concretizei todos meus sonhos de menino. Aqui me
casei, gerei quatro filhos, tive a ventura de ver nascerem meus dois netos (e
espero ter a felicidade de ver, ainda, um dia, a chegada dos bisnetos, por que
não?). Aqui amei, sonhei, trabalhei, fiz amigos, concordei, divergi, tive
alegrias, tristezas, vitórias, fracassos, ilusões e desilusões. Enfim, vivi.
Fui
acolhido, de braços abertos. como filho legítimo, ao receber título de
cidadania da sua Câmara Municipal. Atuei nos meios de comunicação campineiros,
tendo trabalhado em praticamente todos seus jornais, diários ou de bairros,
além de na Rádio Educadora (atual Band Campinas). Fui eleito para a Academia
Campinense de Letras e conquistei prestígio, estima, consideração e respeito,
muito além do que meus eventuais méritos me credenciaram a conquistar. Como não
gostar de uma cidade assim?!!! Campinas é, sempre foi e sempre será, por tudo
isso, alvo do meu amor filial, do meu do
meu empenho, do meu carinho e, principalmente, da minha incontrolável paixão!!!
Parabéns, querida “Cidade Princesa”, pelos 239 anos de memorável e vitoriosa
existência!!!
(Texto
produzido para o “Jornal de Campinas”)
Acompanhe-me pelo twitter: @bondaczuk.
No comments:
Post a Comment