Sunday, July 14, 2013

Paixão por Campinas

Pedro J. Bondaczuk

As cidades são mais do que meros lugares em que as pessoas nascem, habitam, se educam, trabalham e morrem. São enormes monumentos vivos (embora em permanente modificação) ao esforço coletivo de seus habitantes, tanto os do presente, quanto os do passado. E de todos, indistintamente, sem levar em conta fortuna, origem ou posição social. Tanto dos que deixaram nomes gravados para a posteridade, por suas realizações excepcionais nos terrenos da arte, da cultura, da ciência, da política, do comércio,  da indústria, dos esportes etc., quanto dos absolutamente anônimos. Ou seja, dos humildes, dos esquecidos, dos excluídos do usufruto do que ajudaram a produzir. Dos que nem ao menos deixaram vestígio individual a atestar, às gerações futuras, que existiram (e que são maioria).

Campinas – que neste 14 de julho de 2013 completa 239 anos de fundação – não é diferente, neste aspecto do que as outras seis mil e tantas cidades deste país de dimensões continentais. Qual é, então, seu diferencial, seu charme, sua fonte de atração que me fizeram me apaixonar tão perdidamente por ela, nestes 53 anos que aqui vivo e construo minha biografia? É um fator indefinível, que não se consegue descrever com palavras, mas que existe, é sensível. É palpável, é real e cala fundo em nosso coração (no caso, no meu). Campinas tem personalidade. Tem alma, história, esperanças e tradições. É fruto do trabalho, da vontade e da capacidade de organização dos seus habitantes, agindo coletivamente na busca de objetivos comuns. Afinal, é nas cidades que se desenvolve efetivamente a vida de uma nação. O Estado é mera abstração. A União não passa de conceito administrativo. Só o município é real. Só ele é concreto e tem vida própria. E nesse aspecto, Campinas, obviamente, se destaca notadamente pelos seus ilustres filhos que muito fizeram, fazem e certamente farão pelo progresso e desenvolvimento deste país que tanto amamos;

Devo muito (aliás, sem nenhum exagero, devo tudo) do que sou a esta cidade, que há 53 anos tão generosamente me acolheu. Aqui estudei, me formei, adquiri profissão, fiz carreira e concretizei todos meus sonhos de menino. Aqui me casei, gerei quatro filhos, tive a ventura de ver nascerem meus dois netos (e espero ter a felicidade de ver, ainda, um dia, a chegada dos bisnetos, por que não?). Aqui amei, sonhei, trabalhei, fiz amigos, concordei, divergi, tive alegrias, tristezas, vitórias, fracassos, ilusões e desilusões. Enfim, vivi.

Fui acolhido, de braços abertos. como filho legítimo, ao receber título de cidadania da sua Câmara Municipal. Atuei nos meios de comunicação campineiros, tendo trabalhado em praticamente todos seus jornais, diários ou de bairros, além de na Rádio Educadora (atual Band Campinas). Fui eleito para a Academia Campinense de Letras e conquistei prestígio, estima, consideração e respeito, muito além do que meus eventuais méritos me credenciaram a conquistar. Como não gostar de uma cidade assim?!!! Campinas é, sempre foi e sempre será, por tudo isso, alvo do meu amor filial, do meu  do meu empenho, do meu carinho e, principalmente, da minha incontrolável paixão!!! Parabéns, querida “Cidade Princesa”, pelos 239 anos de memorável e vitoriosa existência!!!



(Texto produzido para o “Jornal de Campinas”)

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