Sunday, July 14, 2013

Armas no espaço

Pedro J. Bondaczuk

Quando em 5 de outubro de 1957 começou a corrida espacial, entre a União Soviética e os EUA, com o lançamento do Sputnik russo, o mundo regozijou-se, prevendo o advento de uma nova era de cooperação e entendimento.

Os progressos foram rápidos neste campo (diríamos, até vertiginosos) e culminaram com a histórica descida, em 19 de julho de 1969, no astronauta Neil Armstrong na Lua.. O grande público jamais poderia supor que as conquistas espaciais iriam, um dia (muito mais próximo do que todos supunham) ser utilizadas com finalidade bélica.

Atualmente, milhares de bombas orbitais (além de uma infinidade de bugigangas aparentemente inúteis e inócuas) circundam a Terra, transformando o Planeta em terreno (literalmente) minado. Os aviões orbitais inserem-se nesse contexto militar.

Os EUA já desenvolveram os seus (Columbia e Challenger) e os soviéticos estão prestes a testar um modelo similar. Mas a nova onda (terrível onda), em termos bélicos, são os canhões de laser, que até o final desta década deverão estar orbitando a Terra. Sua finalidade é destruir satélites e mísseis do inimigo.

As superpotências crêem que com esses guarda-chuvas defensivos estarão a salvo de surpresas. Pode até ser. Mas apenas até que mentes insensatas criem novas engenhocas, capazes de driblar os canhões de laser. E a conquista do espaço, cantada em verso e prosa há apenas três décadas, tornou-se, hoje, um dos grandes pesadelos dos povos. Até quando?  

(Artigo publicado na página 10, Internacional, do Correio Popular, em 11 de abril de 1984)


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