Armas
no espaço
Pedro J. Bondaczuk
Quando em 5 de outubro de 1957 começou a corrida
espacial, entre a União Soviética e os EUA, com o lançamento do Sputnik russo,
o mundo regozijou-se, prevendo o advento de uma nova era de cooperação e
entendimento.
Os progressos foram rápidos neste campo (diríamos,
até vertiginosos) e culminaram com a histórica descida, em 19 de julho de 1969,
no astronauta Neil Armstrong na Lua.. O grande público jamais poderia supor que
as conquistas espaciais iriam, um dia (muito mais próximo do que todos
supunham) ser utilizadas com finalidade bélica.
Atualmente, milhares de bombas orbitais (além de uma
infinidade de bugigangas aparentemente inúteis e inócuas) circundam a Terra,
transformando o Planeta em terreno (literalmente) minado. Os aviões orbitais
inserem-se nesse contexto militar.
Os EUA já desenvolveram os seus (Columbia e
Challenger) e os soviéticos estão prestes a testar um modelo similar. Mas a
nova onda (terrível onda), em termos bélicos, são os canhões de laser, que até
o final desta década deverão estar orbitando a Terra. Sua finalidade é destruir
satélites e mísseis do inimigo.
As superpotências crêem que com esses guarda-chuvas
defensivos estarão a salvo de surpresas. Pode até ser. Mas apenas até que
mentes insensatas criem novas engenhocas, capazes de driblar os canhões de
laser. E a conquista do espaço, cantada em verso e prosa há apenas três
décadas, tornou-se, hoje, um dos grandes pesadelos dos povos. Até quando?
(Artigo
publicado na página 10, Internacional, do Correio Popular, em 11 de abril de
1984)
Acompanhe-me pelo twitter: @bondaczuk
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