O Nirvana
Pedro J. Bondaczuk
Despojar-se...Manter abertos
os canais que captam sabedoria.
Dos desejos mesquinhos abrir mão,
valorizar a experiência dos sentidos
purificada pelo filtro da razão.
Ser íntegro, ativo, altruísta,
avançar na trilha da iluminação.
Sentir-se dono das pepitas das estrelas,
saber dialogar com a brisa leve,
ser senhor das palavras e dos atos,
manter os instintos controlados,
integrar-se, com harmonia, ao meio,
preservar e produzir beleza,
exercitar a plena humanidade,
sem violar as leis da natureza.
Saber romper as barreiras do tempo,
usar a matéria-prima do passado
para, no volátil, indetectável presente
construir a grandeza do futuro.
Fazer do amor luz que emana
sem cessar, inesgotável fonte.
Construir, sob os pés, estrada plana,
sólida e comunicante ponte
que conduza ao paradigma do saber,
ao Pai, à perfeição do Nirvana.
(Poema composto em Campinas, em 6 de maio de 1971).
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