As
macroeleições
Pedro J. Bondaczuk
As eleições de 3 de outubro deste ano serão as
maiores da história do Brasil. E isto se refere tanto à sua importância, dado o
momento peculiar que o País atravessa, quanto ao volume de candidatos e de
eleitores habilitados ao voto. Serão 100 milhões de brasileiros que irão às
urnas para eleger governadores dos Estados, deputados estaduais e federais,
dois terços dos senadores e, sobretudo, o novo presidente da República, que
terá a incumbência, inglória por sinal, de apresentar alguma solução para esta
crise que parece não ter mais fim.
As regras que vão nortear as eleições estão
definidas desde outubro do ano passado e apresentam poucas mudanças em relação
às que regulamentaram a votação de 15 de novembro de 1989. As alterações
referem-se mais aos financiamentos das campanhas políticas e ao horário
eleitoral gratuito.
A medida que poderia emprestar mais qualidade ao
voto, ou seja, a não-obrigatoriedade de votar, ficou para ser debatida na
revisão constitucional e, se for aprovada, valerá apenas para 1999. É uma pena.
Afinal, sem nenhum menosprezo pela maioria, não se pode deixar de dar razão ao
escritor Gilberto Amado, que constatou, em seu livro “A chave de Salomão e
outros escritos”: “Não há nada mais discutível do que a capacidade política das
massas”.
Basta lembrar o que ocorreu na eleição passada, em
relação ao festival de demagogia de Fernando Collor, que acabou sensibilizando
mais de 55 milhões de brasileiros. Desta vez, ao que tudo indica, teremos pelo
menos dez candidatos à Presidência.
Os nomes postos até agora não inspiram confiança de
que sejam a solução para o País, a menos que tenham mudado muito em relação ao
que já mostraram em sua vida pública. Uma multidão de políticos deve postular
aos cargos em disputa. Tomara que se promova uma sadia renovação, não somente
de pessoas, mas sobretudo de idéias, posturas e comportamentos.
Os candidatos são estimados em 35 mil para 1.700
mandatos de deputado estadual, federal, senador, governador e presidente.
Espera-se que o jogo democrático, pelo menos, transcorra dentro da normalidade
e que Deus ilumine os eleitos.
(Artigo publicado na página 2, Opinião, do Correio
Popular, em 3 de janeiro de 1994)
Acompanhe-me pelo twitter: @bondaczuk
No comments:
Post a Comment