Poema da dúvida
Anjo ou demônio?
Ormuz ou Harimã?
O Bem ou o Mal?
Luz ou treva?
Vida ou Morte?
Paz ou tormenta?
Diga, amada,
quem é você,
que me conduz
a cytereas paragens
e ao atro Hades
das inquietações?!
Você, de duas faces,
que me convoca à ceia
magna dos deuses
e me oferece no altar
em holocausto às pagãs
entidades do mal?!
Você, fonte de dúvidas,
que me faz vislumbrar
o fabuloso Jardim do Éden
mas me abandona no Saara
da aterradora solidão?!
Indecifrável Esfinge, desafiadora,
misteriosa Gioconda, irônica,
inspirada Beatriz, juvenil,
cruel Lucrécia Bórgia, sanguinária,
avarenta Cleópatra, volúvel,
minha força, minha fraqueza,
que me desperta a animalidade,
mas acalma as carnais paixões,
quem é você?!
Emulação ou êmula?
Conquista ou ideal?
Miragem ou real?
Anjo ou Demônio?
O Bem ou o Mal?
(Poema composto em Campinas, em 13 de
outubro de 1977).
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